Visita ao Porto oitocentista de Júlio Dinis
Viagem até à época do escritor portuense Júlio Dinis e o seu primeiro romance Uma Família Inglesa
Três horas em ponto. Com o rio Douro e as pitorescas casas da Ribeira do Porto ali tão perto, as portas da Casa do Infante convidam a entrar e percorrer a calçada em pedra até ao hall de entrada. Ouvem-se conversas cruzadas entre os participantes do percurso cultural O Porto de Júlio Dinis e o seu primeiro romance Uma Família Inglesa. Esperam pelo início do primeiro de 12 percursos que decorrem até dezembro, numa iniciativa da câmara do Porto, para sentir o "pulsar" da cidade como palco de contos, intrigas e factos reais, descritos por escritores, cineastas e filósofos.
"São 12 percursos que fazem a monitorização do olhar da cidade a partir de quem o imagina. É uma forma diferente de mostrar a cidade, o seu património, os meandros ou territórios imaginados", diz o vereador da cultura, Paulo Cunha e Silva. "Estão previstos vários roteiros pela cidade em torno do património, como por exemplo, um sítio onde as personagens do livro estiveram", acrescenta. Foi o que aconteceu, no dia 13, com O Porto de Júlio Dinis para distinguir o primeiro romance do autor, cuja ação decorre nesta cidade. Foi escrito em 1858, mas publicado só dez anos depois.
De roteiro na mão, o grupo espera que, a qualquer momento, Graça Lacerda, técnica da Casa do Infante, o conduza, durante duas horas, numa viagem cultural até ao século XIX. Que os leve numa viagem imaginária até ao Porto oitocentista de Júlio Dinis, com todo aquele frenesim da sociedade influenciada pelos comerciantes ingleses personificados no viúvo Mr. Richard Whitestone, pai de Jenny e de Carlos. E que tinha uma casa comercial, na Rua dos Ingleses, agora Rua Infante Dom Henrique, como explica depois Graça Lacerda.
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