Rivoli:Começar de novo aos 83 anos
Um dia inteiro para comemorar mais de oito décadas de existência e, ao mesmo tempo, assinalar a nova vida do Teatro Municipal Rivoli, no Porto. Hoje é dia de festa com música, poesia, performance, teatro, dança e convidados especiais, de Álvaro Siza a Adolfo Luxúria Canibal
Vésperas de aniversário e o grande hall do Teatro Municipal Rivoli já mexe. Com os cotovelos no mármore da receção circular, três prováveis espectadoras consultam a agenda do primeiro trimestre da temporada 2015, enquanto vão perguntando pelos diferentes modelos de assinaturas (sete espetáculos por 25 euros, por exemplo) e pelo programa das celebrações. São oitenta e três anos e várias vidas que se comemoraram neste sábado, e o dia foi desenhado para mostrar a essência do que se quer para a temporada inteira, aliás o futuro todo.
"As propostas para o dia de aniversário funcionam como uma visita guiada à programação a de-senvolver ao longo do ano", explica Tiago Guedes, o novo diretor artístico do Teatro Municipal do Porto (polos Rivoli e Campo Alegre). "A ideia é mesmo termos um panorama quase completo que passa pelo teatro, pela música, por uma conferência e exposição, pela literatura e performance e, claro, pela dança. É uma espécie de grande conjunto de disciplinas que ao longo do ano se vão replicar na programação."
Para lá das grandes portas que abrem para o foyer, prepara-se a festa. No Pequeno Auditório, a Companhia Caótica instala uma cozinha feita de teatro e música, espalha almofadões no palco para os espectadores mais pequenos, acolhe personagens singulares. "Este é o jacaré, um instrumento musical inventado a partir de uma viga dos caminhos de ferro, com cordas. É um instrumento poderoso", conta António Pedro, criador do espetáculo Sopa Nuvem. Esta viagem de um pai e de um filho às voltas com a sopa do avô desaparecido é um poema das relações entre gerações e um convite lançado às famílias para começarem o dia em festa no TM Rivoli (espetáculos às 11.00 e às 14.30). É também nesta sala que o público será convidado a encontrar-se com Álvaro Siza e Giovanni Chiaramonti, "dois mestres da cultura ocidental", antecedendo a abertura da exposição A Medida do Ocidente - Viagem na Representação (às 16.30 e 17.30, respetivamente), "um encontro feliz entre os desenhos do arquiteto Siza Vieira e as imagens do grande fotógrafo italiano, que inaugura o nosso espaço expositivo no foyer do terceiro andar que passará a ter regularmente exposições", avança Tiago Guedes. Ao lado, o bar do teatro está quase pronto para acolher os visitantes e ao fundo o piano de cauda aguarda a performance de Jêrome Marin, artista francês que trabalha à volta do cabaré e do transformismo e que há de fechar a noite com o seu café-concerto (começa às 23.30).
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