Nova diretora considera cargo "um grande desafio"

A nova diretora da Casa Fernando Pessoa, Clara Riso, considerou hoje "um grande desafio" poder trabalhar naquela instituição ligada ao universo pessoano, cuja riqueza "será um motor para criar uma programação criativa".

Contactada pela agência Lusa sobre as diretrizes definidas para o mandato de quatro anos à frente da instituição, Clara Riso considerou ser "ainda cedo para falar de planos concretos".

"Estou ainda a fazer uma análise da situação, um diagnóstico atento do que foi feito e do que está em curso, para criar um programa pertinente", acrescentou depois de o presidente da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), da Câmara de Lisboa, Miguel Honrado, ter revelado, na terça-feira, que Clara Riso tinha sido escolhida para nova diretora da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.

De acordo com o presidente do conselho de administração da EGEAC, a nova diretora entrou em funções na segunda-feira e foi na terça-feira apresentada à equipa da Casa Fernando Pessoa.

A nova diretora, de 35 anos, sucede à escritora Inês Pedrosa, que se demitiu do cargo em abril deste ano, depois de seis anos à frente desta entidade.

"Decidi aceitar este convite com muito gosto e assumo o cargo com muita vontade de trabalhar com a equipa nesta casa", disse ainda Clara Riso sobre as novas funções.

A Casa Fernando Pessoa "é uma entidade muito importante em Lisboa pelo espólio que alberga, pela sua relação com o bairro, a comunicação com os pólos literários e a sua relação internacional", salientou.

Clara Riso é formada em Línguas e Literaturas Modernas - Estudos Portugueses e em Literatura Comparada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Português Língua Segunda/Língua Estrangeira pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e em Cultura Portuguesa Contemporânea pelo Instituto Camões/Universidade Aberta, com a tese Mobilidade Artística Transnacional.

Desde 2004, foi leitora do Instituto Camões, tendo sido responsável pelo Centro de Língua Portuguesa desse instituto em Budapeste (Hungria) e em Belgrado (Sérvia), onde foi também corresponsável pela ação cultural externa.

Miguel Honrado disse na terça-feira à Lusa que, a partir de agora, a Casa Fernando Pessoa passará a ser dirigida num modelo unipessoal e com um mandato de quatro anos, avaliável no final de cada período, para ser rotativo.

A anterior direção, que tinha um mandato até 2015, era composta por Inês Pedrosa, na direção artística, e Carmo Mota, na direção executiva.

A anterior diretora da Casa Fernando Pessoa demitiu-se das funções no final de abril, alegando que o essencial do seu trabalho estava feito e desejava dedicar-se a novos projetos.

Inaugurada em 1993, a Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, foi criada pela CML como um centro cultural destinado a homenagear o escritor Fernando Pessoa (1888-1935) e a sua memória na cidade onde viveu, e no bairro onde passou os seus últimos quinze anos de vida.

Possui um auditório, salas de exposição, uma biblioteca exclusivamente dedicada à poesia, além de uma parte do espólio do poeta, com objetos e mobiliário que lhe pertenceram e são atualmente património municipal.

A Casa Fernando Pessoa é um dos equipamentos culturais geridos pela EGEAC, tal como o Museu do Fado, o Padrão dos Descobrimentos, o Maria Matos e o São Luiz, teatros municipais, o Castelo de São Jorge, o Museu da Marioneta, o Cinema São Jorge, o Teatro Taborda e o Palácio Marquês de Pombal.

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