Bélgica e Burkina Faso unidos em Sines

Zita Swoon Group deram o último concerto no castelo na noite de sexta-feira.

Desde que fundou os Zita Swoon que o belga Stef Camil Carlens (antigo elemento dos dEUS) tem procurado constantemente aproximar-se de outras latitudes sonoras que não sejam apenas a dominante pop ocidental.

O disco que ontem à noite apresentou no final da noite no Castelo de Sines é prova disso mesmo. Em Wait for Me (2012) Stef Camil Carlens fez-se acompanhar por dois músicos do Burkina Faso, que conheceu há dois anos: a cantora Awa Démé e Mamadou Diabaté Kibié.

Inicialmente esta proposta de fusão tinha tudo para criar um dos momentos mais desafiantes do festival, mas faltou sempre a força que permitisse que esta música se tornasse realmente contagiante fora de palco. E apesar de Stef Camil Carlens se ter feito acompanhar por estes dois nomes da música do Burkina Faso, as canções que apresentaram prendiam-se muitas vezes à formatação pop, não permitindo por isso que Mamadou Diabaté Kibié revelasse todo o seu potencial tocando balafon, um instrumento que se assemelha ao xilofone.

Na generalidade dominaram canções de travo indie rock que utilizam as cores de África mais como um "adereço" do que propriamente como um elemento fundador desta música.

Antes passou pelo palco do Castelo de Sines a norueguesa Mari Boine, voz que mantém viva a tradição musical dos Sami (povo nativo do Norte da Escandinávia) através de um registo vocal ritualista e próximo da hipnose xamânica, que é aliada a uma manta sonora assente no trabalho de percussões.

A 14.ª edição do Festival de Músicas do Mundo de Sines chega ao fim hoje com concertos da Orquestra Todos (Portugal), Socalled (Canadá), Hugh Masekela (África do Sul), Tony Allen & Amp Fiddler (Nigéria/EUA), Jupiter & Okwess International (República Democrática do Congo) e ainda Lirinha (Brasil).

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