"Esta é a edição mais diversificada"
Esta é a quarta edição do Estoril Film Festival. É também a mais ambiciosa?
Esta edição é bastante diversificada em termos de eventos, de personalidades, de oferta cultural. É também a edição em que temos mais espaços, quisemos alargar o festival a toda a região. É talvez a edição maior, sem exagerar no número de filmes, porque queremos que as pessoas tenham tempo para usufruir de cada filme.
No primeiro ano, o desafio era fazer um festival no Estoril. Esse é um desafio superado?
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Todos os festivais são em locais onde há infra-estruturas e a capacidade para serem bem feitos, não necessariamente nas capitais. É assim com Cannes, San Sebastián, mesmo o Lido não fica no centro de Veneza. O Estoril está a dez minutos de Lisboa, tem uma óptima localização, está bem servido de transportes e tem todas as infra--estruturas. É o local ideal.
Mas o público tem aderido?
A minha primeira preocupação é com a qualidade da oferta, depois preocupo-me em tornar acessível o programa e em divulgá-lo. Espero que o público responda, mas não fico obcecado com o número de espectadores.
Estamos em crise. Foi mais difícil fazer o festival este ano?
Sabendo que estávamos em crise, houve sobretudo uma grande responsabilidade e exigência para ter um grande festival e não desapontar aqueles que apostaram no projecto.
Há sempre a ligação entre o cinema e outras artes. Este ano, a música está em destaque.
A música era o sector que ainda não tinha tido o destaque que merecia, e, este ano, porque há condições, vamos ter mais concertos. Mas sempre dentro de uma lógica de coerência com o resto da programação.
Do programa de filmes, quais seriam os seus destaques?
Temos um filme português em competição, A Espada e a Rosa, de João Nicolau. Vamos apresentar a versão integral para televisão (com seis horas) dos Mistérios de Lisboa, de Raúl Ruiz. E vamos ter alguns filmes em antestreia nacional. M. J. C.