"Mudar de vida" e "Revolução industrial" hoje no IndieLisboa
Fora de competição, "Mudar de vida", que passa no cinema São Jorge, é uma biografia sobre o músico José Mário Branco, "mas a surpresa é que a biografia dele às vezes confunde-se com a história de Portugal, por todas as referências históricas, pela mensagem poética", disseram os realizadores Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo à Lusa.O filme demorou quase dez anos a ser feito, desde que os autores fizeram a proposta do filme ao músico português até à estreia em sala, por causa de financiamento e do acesso a vários arquivos.José Mário Branco conta, na primeira pessoa, o seu percurso, a ligação à Ação Católica e ao Partido Comunista, o exílio em Paris, o regresso a Portugal, a passagem pelo teatro e pela música."Há uma relação muito direta [da história dele com o país, antes e depois do 25 de Abril de 1974]. Encontrámos material que comprova isso mesmo. O que é que é isso de ser português? Acho que está lá", afirmaram os realizadores.Nelson Guerreiro é de Lisboa, tem 36 anos, trabalhou em televisão e, atualmente, não tem emprego ("Não sou precário, mais do que isso, miserável. Estou em apneia absoluta", afirma). Pedro Fidalgo é de Portalegre, tem 30 anos e vive e trabalha em Paris, para onde emigrou."Mudar de vida" é a primeira longa-metragem de ambos, feita depois de se terem conhecido na Covilhã, num curso de cinema.Na Culturgest, na competição nacional de curtas-metragens, estreia-se "Revolução industrial", filme de Frederico Lobo e Tiago Hespanha, descrito como "uma viagem pelo rio Ave", numa região marcada pela criação de várias unidades fabris que alteraram a paisagem rural do Vale do Ave."Os efeitos desta alteração são irreversíveis e lançam toda a região num impasse: se, por um lado, o retorno à ruralidade é desajustado da realidade social e cultural da região, por outro, o antigo vigor industrial não é recuperável", lê-se na sinopse do filme."Revolução Industrial" é o primeiro filme co-realizado por Frederico Lobo e Tiago Hespanha, mas ambos já assinaram obras em nome próprio.O 11.º IndieLisboa começou na quinta-feira e termina a 04 de maio, em várias salas de Lisboa.SS // MAG