Carlos do Carmo tira a samarra e mostra-se como é

Veja o trailer de Um Homem no Mundo:

Carlos do Carmo - Um Homem no Mundo é abertamente um documentário muito emocional, não?

Extremamente emocional! Não me posso desligar de uma amizade profunda que tenho com o Carlos do Carmo. Se tentasse fazer este filme de uma outra maneira não estaria a ser verdadeiro. Se há um cunho autoral aqui é mostrar eu com o Carlos do Carmo. Essa relação tão próxima de amizade e de amor começou muito antes do Fados, de Carlos Saura. Começou quando fiz a série de TV Povo Que Canta, que passou na RTP. Daí ser um filme de afetos, um filme de amor. Mas é também extremamente divertido e alinha os 50 anos de carreira do Carlos com um ano extraordinário: o seu ano da consagração e em que lhe foi atribuído o Grammy [Lifetime Achievement, nos Grammy Latinos]. Foi um ano de um périplo internacional em que acabou por se trazer o mundo a Portugal e vice-versa. Um guionista não teria escrito melhor final quando o mundo reconhece o seu valor com um Grammy.

É uma obra de tributo?

Não, é um percurso. Resolvi pôr um pequeno texto no começo do filme porque achei que faltava esse mote, dizer que se trata da história de um homem que se fez passo a passo. Atenção que o Carlos do Carmo não é o génio consagrado. Ele não é músico, não compõe nem é autor. É um crooner, um intérprete. Como é que este intérprete passa para o campo dos criadores? Muito poucos grandes intérpretes conseguiram isso! É muito difícil passar essa barreira e o Carlos conseguiu-o! Este filme não é, pois, um tributo, é uma história de uma vida de uma pessoa que se despe para nós. As pessoas vão ver um Carlos do Carmo ao qual não estão habituadas. Este Carlos tira a samarra e põe-se perante nós tal como ele é: divertido, animado, com a graça boémia e fadista. Faltava conhecer este Carlos.

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