Rui Mário Gonçalves: "Um artista o mais completo possível"

O crítico de arte Rui Mário Gonçalves lamentou hoje a morte do "eminente" pintor Júlio Resende, aos 93 anos, recordando que "mostrou sempre a vontade de ser um artista o mais completo possível", durante a longa carreira.

Nascido em 1917, no Porto, onde hoje faleceu, Júlio Martins Resende da Silva Dias diplomou-se em pintura pela Escola Superior de Belas-Artes daquela cidade, onde foi discípulo de Dórdio Gomes.

Viveu em Paris, onde teve como mestres Duco de la Haix e Otto Friez, regressando depois a Portugal, onde viria a ser professor na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.

"Ele tinha um gosto especial em levar os alunos para o exterior e colocá-los em contacto directo com as populações rurais", observou Rui Mário Gonçalves em declarações à agência Lusa.

De acordo com o crítico de arte, Júlio Resende passou por duas fases distintas na sua obra: "a primeira marcada pelo expressionismo, com um traçado voluntarioso e tons escuros, e a segunda, com um grande sentido da cor e muita alegria".

"Esta segunda fase terá sido o resultado de uma viagem que fez ao Brasil, há cerca de 25 anos, e que o inspirou a usar mais a cor e a luz", comentou o crítico.

Júlio Resende "foi o pintor da sua geração que conjugou os neo-realistas e os abstractos", destacou.

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