Cargaleiro diz que Mirós devem ficar em Portugal

O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro defendeu hoje, em declarações à agência Lusa, que as obras de Miró do espólio do BPN, devem ficar em Portugal pela importância história e artística do autor.

" A minha opinião é essa. Os quadros [de Miró] devem ficar em Portugal", disse o mestre Manuel Cargaleiro, em Vila Velha de Ródão, onde se deslocou para participar numa homenagem que a câmara local lhe fez, com a atribuição do seu nome a uma rua.Sobre a coleção Miró, Manuel Cargaleiro explicou ainda que se tem "recusado" a falar sobre o assunto, porque não se quer "meter em alhadas".No entanto, "sou um pintor e sou um grande admirador do Miró", afirmou Cargaleiro, que conheceu o mestre catalão em Paris, onde fixou residência em 1957."Estive em inaugurações de exposições em Paris com o Miró. Mas não é por isso, é pela sua obra. Porque Miró é o criador e inventor da arte moderna mundial", sublinhou Manuel Cargaleiro.Na quinta-feira, o Ministério Público (MP) anunciou, em comunicado, que interpôs uma terceira providência cautelar no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL), para impedir a venda das obras de Miró e que esta foi aceite.Em causa está a intenção da empresa Parvalorem, uma sociedade anónima de capitais públicos criada em 2010 pelo Estado para gerir os ativos e recuperar créditos do ex-BPN, de vender a coleção num leilão para amortizar o prejuízo da instituição bancária. O leilão das 85 obras de Joan Miró, património do ex-Banco Português de Negócios (BPN), nacionalizado em 2008, e desde então na posse do Estado português, está anunciado para junho, em Londres.A coleção, com um valor base de licitação de 35 milhões de euros, regressou ao país no final de fevereiro e, segundo a Parvalorem, encontra-se nos cofres-fortes da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa. Numa nota à imprensa divulgada quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que "pediu o decretamento provisório dessa providência cautelar, com o objetivo de evitar a amplamente noticiada saída das obras do país até ao final do mês de abril" e que "a medida provisória foi decretada pelo tribunal", o que impede a venda das obras.CAYC (AG/PPF) // PJA

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