APEL diz ter-se oferecido para organizar "por sua conta e risco"
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) disse hoje ter-se disponibilizado junto da Câmara do Porto para organizar a Feira do Livro em 2014 "por sua conta e risco", com a contrapartida de apoio em 2015.
Num comunicado em que lamenta a decisão da autarquia liderada por Rui Moreira de organizar a Feira do Livro este ano sem a associação, a APEL referiu ter sido "sempre sensível às dificuldades apresentadas pela Câmara Municipal do Porto".
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"Por isso dispôs-se a organizar a edição de 2014 por sua conta e risco, sem contrapartidas financeiras da Câmara, pese embora o investimento que esta associação está a fazer em novos pavilhões para proporcionar um maior conforto dos visitantes. Em contrapartida, a Câmara comprometia-se a assinar um protocolo plurianual que garantisse o apoio financeiro, a partir de 2015, para as edições futuras", declarou a APEL, que se disse "sempre disponível para encontrar soluções que viabilizem a realização da Feira do Livro do Porto".
No início deste mês, a Câmara Municipal do Porto anunciou ter assumido a organização do evento sem a APEL, a decorrer entre 05 a 21 de setembro, nos Jardins do Palácio de Cristal, contando com o apoio da Biblioteca Almeida Garrett.
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No final de fevereiro, depois de em 2013 a Feira do Livro do Porto não se ter realizado, a Câmara acusou a APEL de recuar nas negociações para a realização do evento e declarou não haver condições para estas prosseguirem.
Em comunicado na altura, a autarquia referiu que o processo negocial com a APEL decorreu ao longo dos últimos dois meses, tendo culminado numa reunião no dia 07 deste mês em que "as partes chegaram a um acordo de princípio que estabelecia as linhas gerais da realização de uma Feira do Livro de 2014 no Porto".
Segundo o comunicado da autarquia, "a 20 de fevereiro passado, o secretário-geral da APEL comunicou por escrito à Câmara Municipal do Porto que iria anunciar oficialmente a data e o local da Feira do Livro no Porto, por ocasião da abertura das inscrições para a Feira do Livro de Lisboa".
O acordo alcançado no dia 07 "definia o local, o calendário e as contrapartidas logísticas oferecidas pela Câmara Municipal do Porto, tendo ficado clara a inexistência de contrapartidas financeiras por parte do Município na edição deste ano", acrescentou a Câmara, que se fez representar nas negociações pelo vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva.
No final do mês passado, o presidente da APEL, João Alvim, afirmou, em declarações ao Correio da Manhã, ser "certo que a autarquia disse estar com limitações financeiras, mas manifestou-se disponível para assinar um protocolo que, naturalmente, terá compromissos financeiros", ressalvando que sem que tal aconteça "é claro que a APEL não vai organizar a Feira do Livro no Porto".