Al di Meola: mais rápido do que as próprias mãos
Começou cedo a dar nas vistas, ao lado de monstros como Chick Corea ou Stanley Clarke. Quatro décadas depois, o guitarrista continua a misturar e a maravilhar. Volta a Lisboa para mostrar o novo disco, Elysium
Aos 60 anos - há de festejar o próximo aniversário ainda este mês, dia 22 - pode afirmar-se sem margem de erro que o guitarrista Al di Meola, de volta a Portugal para um concerto no CCB em que dará conta do seu mais recente feito, o álbum Elysium, é um homem realizado. Aos primeiros passos, como parte integrante do grupo Return To Forever, liderado por Chick Corea e composto ainda por Stanley Clarke, dava conta daquilo que foi descrito como "uma técnica magistral, elevada ainda por uma velocidade insuperável". Depois, na carreira a solo, já coleciona 23 discos de estúdio que lhe valeram um lugar no areópago dos criadores e cultores da fusão, tangente ao jazz mas muitas vezes impregnada por elementos latinos e por componentes habitualmente associados à world music.
Foi um dos vértices do mágico trio de virtuosos que assinou uma trilogia de discos entregues às guitarras acústicas, dos quais o primeiro alcançou a invulgar soma de dois milhões de cópias vendidas, assinalável para um registo do género. Esse álbum de referência, gravado ao vivo em 1981, chama-se Friday Night In San Francisco e os parceiros de Di Meola foram "apenas" Paco de Lucia e John McLaughlin. Por fim, este nativo de Jersey City já concretizou a oportunidade de homenagear as suas duas maiores referências musicais: em 2013, publicou All Your Life (A Tribute To The Beatles), com 14 versões acústicas de canções dos Fab Four, creditados como o "primeiro empurrão" que sentiu na direção dos palcos e dos estúdios; antes, em 1996, editara Di Meola Plays Piazzolla, rendendo-se ao compositor argentino de quem chegou a ser amigo pessoal e que, confessou, lhe rendeu um "espantoso alargamento dos horizontes" no domínio da escrita musical.
