Abrir os olhos para encontrar o século XIX: agora no Porto

Muitas não eram tão amarelas, mas mais pretas, mais brancas. As fotografias do nosso século XIX, esses tesouros, no Porto.

Não estavam perdidos, apenas, talvez, esquecidos. Se caça houve a esses tesouros que são as imagens do nosso século XIX, levada a cabo por entre cerca de quinze acervos públicos e coleções privadas, terá sido pacífica. Assistimos agora à segunda mostra que daí resulta (a primeira está no Museu do Chiado, em Lisboa), desta vez no Porto mas, mais uma vez, pelas mãos de Emília Tavares e Margarida Medeiros. E, de facto, ali estão elas, as curadoras, espreitando à vez por um visor estereoscópico na Galeria Municipal do Porto - jardins do Palácio de Cristal, passados os estudantes de Belas Artes que ali desenham e as bandeirolas que preparam o S. João - em plena montagem de Tesouros da Fotografia Portuguesa do Século XIX.

Aurélio Paz dos Reis ignora-nos, entretido que está a ler o jornal O Norte. A - sua suposta - mulher lê uma história à mais pequena, um dos rapazes olha-nos em desafio, outro está enfadado, outro, de mão na presilha, parece um cowboy em intervalo. É, claro, fotografia. Tirada pelo próprio Paz dos Reis que, dados alguns passos para a direita, encontramos numa vitrina por entre vários presos, consequência da revolta de 31 de janeiro de 1891, que falhou na implantação da república. "Presos civis a bordo do vapor Moçambique", lê-se na legenda.

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