Zuma diz ser alvo de campanha para denegrir a sua imagem

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África do Sul. Líder do ANC é acusado de corrupção e fraude

A data das eleições pode ser anunciada amanhã por Kgalema Motlanthe

Jacob Zuma disse ontem que é alvo de uma campanha para denegrir a sua imagem e garantiu que não vai desistir nem da candidatura presidencial nem da liderança do Congresso Nacional Africano, ANC, histórico partido de luta antiapartheid na África do Sul. Isto no dia em que o tribunal de Pietermaritzburg agendou para 25 de Agosto a abertura do julgamento contra si, por acusações de corrupção e fraude.

"O que tem acontecido é que certas pessoas puseram esta nuvem negra sobre mim com o objectivo de me demonizarem. Então, se eu me demitir, será criado um mau precedente. As pessoas pensarão que se odiarem alguém, basta simplesmente lançarem essa nuvem negra e já está", afirmou Zuma, a milhares de apoiantes, que se reuniram à porta do tribunal de Pietermaritzburg.

"A África do Sul é uma democracia constitucional e nós [ANC] respeitamos a Constituição. E a Constituição diz que uma pessoa é inocente até prova em contrário. Se eu me demitir estarei a admitir a culpa", acrescentou ainda Zuma, citado pelo Mail and Guardian online. Ao mesmo jornal o presidente da Liga da Juventude do ANC, Julius Malema, disse que a próxima vez que Zuma for a tribunal "já será como presidente".

Efectivamente, a Constituição sul-africana não impede o julgamento de um chefe do Estado. Na África do Sul o Parlamento resulta das eleições legislativas e é ele que depois elege o Presidente. O escrutínio está previsto para Abril ou Maio e a data pode ser anunciada amanhã no discurso do actual Presidente, Kgalema Motlanthe, à nação. Motlanthe sucedeu a Thabo Mbeki, o qual foi obrigado a demitir-se depois de ser acusado de interferência política no processo contra Zuma, que já corre há anos.

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