Uma visão unânime para o futuro do desporto à vela
A 3.ª edição do Fórum Náutico Mundial terminou ontem no centro de Congressos do Estoril com perspectivas positivas sobre o futuro do desporto à vela.
"A modalidade à vela está em fase de mudança num cenário dominado por novas tecnologias de comunicação e além de todas as novidades que estão já a acontecer como as grandes alterações na Taça América também é necessário criar-se figuras de destaque no desporto, revelar mais o aspecto humano num desporto que tem como campo de actuação os mares de todo o mundo", declarou James Pleasance, criador e organizador do evento.
Nesta mesma linha de previsão, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 também apontaram para a necessidade de tornar o desporto à vela mais compreensível e atractivo através de alterações no formato e modo de divulgar as regatas e também a forma de atrair mais público. "Em Weymouth, local das provas náuticas no Sul da Inglaterra, temos uma situação geográfica que facilita o enquadramento dos campos de regata como se fossem uma arena. Com a introdução de bilhetes à venda para assistir às regatas queremos criar uma experiência única para o público passar um dia no mar", disse Rob Andrews.
Por outro lado, o potencial de crescimento do desporto à vela ficou bem claro no painel sobre o sucesso da organização de eventos náuticos em diversas cidades do mundo. Os eventos tornaram--se maiores, mais apelativos e com mais público, e exemplo disto são os proveitos alcançados por cidades como Almería - que apostou inteiramente na vela como catalisador de atenção para a região da Andaluzia (Espanha), ou mais exemplar ainda o caso de Omã, no golfo Pérsico, que não só recebe regatas internacionais como lançou projectos náuticos espectaculares em rotas de circum-navegação e um programa de formação que pretende conquistar 30 000 novos velejadores para se preparar para os Jogos de 2020.
Em Portugal, esta estratégia foi bem esclarecida por Duarte Nobre Guedes, do Turismo Estoril, que revelou que a aposta no desporto à vela - com a realização dos Campeonatos do Mundo de Vela da ISAF em 2007 - rendeu um aumento nas receitas turísticas de 68,6 %, na ordem dos dez milhões de euros, sem contar a divulgação do país em televisões de todo o mundo, avaliada em 100 milhões de euros.