Protestos em redor dos filmes italianos

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Não há Festival de Veneza sem controvérsias, dramas e protestos em redor dos filmes italianos. É mais certo do que massa para o almoço. Este ano, as hostilidades abriram com a péssima recepção dada a I Giorni Dell'Abbandono, de Roberto Faenza, que levou o realizador a dizer que aqueles que o tinham assobiado, pateado e insultado nas projecções, e escrito mal dele, "não sabiam o que era derramar uma lágrima" (a fita, sobre uma quarentona abandonada pelo marido, baseia-se num romance escrito sob pseudónimo, não se sabe se por uma mulher, se por um homem), e pôs muita gente a perguntar o que estava um filme destes a fazer na competição. Ontem, começou a correr mais bílis por causa de Texas, primeira longa-metragem do jovem Fausto Paravidino, programada na secção paralela Horizontes. Texas foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, e logo os principais jornais, com o distribuidor do filme a ajudar e a falar no "sistema", começaram a disparar setas à direcção do festival por "não dar lugar aos jovens talentos italianos" na Selecção Oficial, preferindo seleccionar monos como I Giorni Dell'Abbandono. O caso do cinema italiano no Festival de Veneza é ilustrado, todos os anos, pelo provérbio "preso por ter cão, preso por não ter."

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