Prisão de Sócrates não foi confirmada, garante advogado
Afinal, o juiz de instrução Carlos Alexandre confirmou ou não a prisão preventiva de José Sócrates? Durante o dia de ontem, foi dado como adquirido que o magistrado tinha renovado por mais três meses a atual situação processual do ex-primeiro ministro. Porém, esta quarta-feira, em declarações ao DN Pedro Delille, um dos advogados de defesa, garantiu o contrário: "Não é verdade que o juiz de instrução tenha confirmado a prisão preventiva. Fomos notificados de outro despacho, mas não é a reapreciar a medida de coação".
Apesar de insistentemente questionado, Pedro Delille não quis revelar qual o teor do despacho do juiz Carlos Alexandre. "Certo é que não foi a confirmar a prisão preventiva, nem a reapreciar a medida de coação como estávamos à espera que acontecesse", sublinhou o advogado ao DN. Questionado se o despacho de Carlos Alexandre instava a defesa a pronunciar-se sobre eventuais factos novos e se o juiz queria ouvir os advogados para reapreciar a medida de coação, o advogado não quis responder.
José Sócrates está em prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional de Évora, indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, num processo que tem ainda como arguidos o seu amigo de longa data Carlos Santos Silva e o advogado Gonçalo Trindade Ferreira.
João Perna viu pela segunda vez ser-lhe atenuada a medida de coação, desta vez de prisão domiciliária com pulseira eletrónica para liberdade provisória mediante apresentações periódicas às autoridades da área de residência, estando também impedido de viajar para o estrangeiro e de contactar os outros arguidos.
No sábado, o administrador da farmacêutica Octapharma, Paulo Lalanda Castro, fez saber, através de comunicado, que foi constituído arguido no âmbito da "Operação Marquês", depois de ter sido ouvido, "a seu pedido", pelo procurador Rosário Teixeira.
O administrador da multinacional farmacêutica, onde o ex-primeiro-ministro José Sócrates trabalhou como consultor, ficou sujeito à medida de coação de "termo de identidade e residência, como é de lei", referiu, na altura, o advogado Ricardo Sá Fernandes, em comunicado.
Na segunda-feira, José Sócrates deslocou-se ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa para ser ouvido como testemunha no âmbito de dois processos sobre violação de segredo de justiça.