Possível canal secreto entre genro de Trump e Moscovo

FBI está a investigar os contactos que Jared Kushner manteve com responsáveis russos durante e depois da campanha eleitoral
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Donald Trump regressa aos EUA sem que a tempestade russa tenha amainado. No olho do furacão está agora o seu genro, Jared Kushner, que, através do advogado, já garantiu estar disponível para falar com os investigadores do processo e para prestar esclarecimentos ao Congresso. O marido de Ivanka Trump e um dos principais conselheiros do presidente norte-americano está a ser investigado pelo FBI devido aos contactos que manteve com a Rússia. Kushner terá tentado estabelecer um canal secreto para comunicar diretamente com Moscovo e assim escapar ao escrutínio dos serviços secretos norte-americanos. De acordo com a agência Reuters, o genro do presidente terá tido pelo menos três contactos com o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak, durante e depois da campanha presidencial.

H.R. McMaster, conselheiro para a Segurança Nacional, questionado ontem em Itália pelos jornalistas, disse que o assunto não é motivo de preocupação para a administração de Donald Trump. "Temos canais alternativos de comunicação com muitos países. Em termos genéricos, isso permite apenas que comuniquemos de forma discreta. Não estamos preocupados", afirmou o general que substituiu Michael Flynn no cargo de conselheiro para a Segurança Nacional. Flynn foi obrigado a demitir-se em fevereiro por alegadamente ter mentido sobre as conversas que teve com o embaixador russo em Washington.

O encontro entre Kushner e Kislyak durante o qual os dois terão discutido o tal canal de comunicações ocorreu em dezembro, na Trump Tower, já depois de Donald Trump ter vencido as eleições, mas ainda antes de tomar posse. Flynn também esteve presente na reunião.

A alegada interferência russa nas eleições que conduziram Donald Trump à Casa Branca continua assim a minar os primeiros meses de governação. Até agora, o episódio mais polémico aconteceu com o despedimento do diretor do FBI, James Comey, num momento em que a agência federal está precisamente a investigar a administração Trump pelas ligações à Rússia e para avaliar se o presidente, ou se algum membro da sua equipa, colaborou com os russos.

Quem volta agora a estar debaixo dos holofotes é o ex-diretor de campanha de Donald Trump, Paul Manafort. De acordo com notícias vindas a público nos últimos dias, Manafort terá continuado a aconselhar a equipa do presidente norte-americano nas questões relacionadas com a Rússia. Isto depois de o então diretor de campanha ter sido obrigado a demitir-se do cargo, em agosto do ano passado, devido precisamente às ligações que mantinha com políticos e empresários do Leste europeu alinhados com o Kremlin.

Depois do despedimento de James Comey, a investigação das ligações da campanha de Donald Trump à Rússia está a ser coordenadas pelo procurador especial Robert Mueller, também ele um ex-diretor do FBI.

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