Portugal em risco de vir a ser um "Estado exíguo"
Docente diz que Portugal deve repensar o futuro face às novas fronteiras
"Portugal está perigosamente a caminhar para um Estado exíguo e mergulhado numa crise financeira de que não há memória" alertou ontem Adriano Moreira que participava no primeiro de um ciclo de conferencias organizado pela Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros com o título genérico de "Pensar Portugal no Mundo".
Adriano Moreira lembrou que desde 1974 Portugal ficou com a Europa como única fronteira apesar desta ser hoje um mero "apontamento administrativo".
Para o ex-líder do CDS/PP Portugal deve redefinir o seu conceito estratégico nacional face à nova realidade, e definir que parcelas de soberania guarda para si e as que transfere para instancias internacionais. Frisa que face ao desenho do Tratado de Lisboa Portugal ficou na hierarquia dos Estados como pertencendo ao grupo intermédio. Adverte que em matéria de competência em relação ao Mar os Estados têm de ter a competência de efectivar a sua ocupação o que passa, designadamente, por garantir a sua gestão sustentada e com regras que sigam os padrões ambientais.
António Vitorino, outro dos participantes no debate, lembrou que a hierarquia de Estados sempre existiu não sendo uma criação do Tratado de Lisboa. Em seu entender Portugal sempre esteve no núcleo avançado de integração, e deu como exemplo o esforço para se aderir à Moeda Única, para sugerir aos presentes que fizessem o pequeno exercício de imaginar o que seria o país a ter ficado com o escudo e a Espanha estivesse no Euro.