O adoçante certo para cada pessoa

O adoçante entrou no dia-a-dia dos portugueses e está para ficar, seja por razões estéticas ou de saúde. São cada vez mais aconselhados pelos especialistas e uma boa alternativa ao açúcar. Há os mais aconselháveis para as mulheres que vão ser mães ou para pessoas com doenças ou só com peso a mais.
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Rui Pereirinha, de 41 anos, descobriu que era diabético há sete. Desde então, por causa dos cuidados a ter com a doença, o açúcar deixou de fazer parte da sua dieta alimentar. Em substituição, começou a preferir o adoçante. "Agora, em vez de açúcar, habituei-me a colocar adoçante no leite, sobretudo quando bebo galão, ou no café. E também já experimentei em bolos e sobremesas", conta o engenheiro. Ana Bela Figueiredo, de 55 anos, também é uma adepta desta alternativa ao açúcar, mas por diferentes razões. "Há mais de 20 anos que optei por colocar adoçante no café. Como bebo cinco a seis cafés por dia, achei que estava a usar demasiado açúcar e beber café puro está fora de questão. Foi a maneira que arranjei para ajudar a manter o peso", conta a empresária.

Seja por razões estéticas ou de saúde, muitos portugueses já se renderam ao adoçante, uma substância com poder de estimular o sabor doce dos alimentos, com menos calorias do que o açúcar. "Existem dois tipos de adoçantes, sendo que a principal característica que os distingue é o fornecimento de energia", explica a nutricionista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Joana Ferreira. "Há os adoçantes nutritivos, que fornecem sabor doce aos alimentos e bebidas, porém são energéticos; e os adoçantes não nutritivos, que são um modo de oferecer aos consumidores a possibilidade de saborear o gosto doce com baixo ou nulo teor energético."

A polémica em torno dos adoçantes existe há anos, com a proibição da sua comercialização nos anos 70, por causa dos perigos que podiam trazer para a saúde. No entanto, os especialistas portugueses são peremptórios a dizer que a sua adição aos alimentos é inofensiva e pode mesmo trazer bastantes vantagens.

"Quanto mais se investiga, mais seguro parece ser usá-los no nosso dia-a-dia", garante Nuno Borges, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Para o especialista, existem vantagens na sua utilização, sobretudo na produção de refrigerantes. "Há adoçantes, como o aspartame, que são incorporados nos alimentos para substituir o açúcar. Em certos casos, como pessoas que tenham problemas de peso, é preferível um refrigerante com 0% de açúcar do que o tradicional." E constata: "Substituir açúcar por adoçantes parece conferir uma vantagem em situações como a obesidade, diabetes e mesmo a hipertensão arterial."

A nutricionista Rita Ferreira partilha da mesma opinião: "Os adoçantes não nutritivos apresentam várias vantagens no que diz respeito ao controlo de peso, dos níveis de glucose e prevenção de cáries dentárias." Segundo a especialista, a entidade reguladora dos medicamentos e alimentos dos Estados Unidos (US Food and Drug Administration) aprovou cinco adoçantes não nutritivos: a sacarina, o aspartame, o acessulfame de potássio (ou acessulfame-K), a sucralose e recentemente o neotame.

Embora para a maioria das pessoas a opção por um ou por outro adoçante seja indiferente, o mesmo não acontece quando há problemas de saúde concretos. Por outro lado, "devido aos seus efeitos laxantes, as quantidades de adoçantes consumidas devem ser limitadas, especialmente em crianças e idosos", conclui Joana Ferreira.

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