Neste festival infantil de cinema as sessões para bebés são à borla

O cinema São Jorge recebe este fim de semana e no próximo o Play, dirigido a bebés e crianças até aos treze anos. No cartaz, filmes que fogem dos grandes estúdios.
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Um corvo e um ouriço competem numa corrida de queijo e um deles, convencido que vai ganhar, faz uma aposta com os adversários: se perder é obrigado a doar uma parte da oficina. É deste ponto de partida que nasce a longa-metragem de animação norueguesa Louis e Luca: A Grande Corrida do Queijo, realizada por Rasmus A. Sivertsen, que abre amanhã, às 17.00, o Play - Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa, no cinema São Jorge. "Foi escolhido para chegar ao máximo de idades. Nunca foi exibido em Portugal, nem sei se será", explica Catarina Ramalho, uma das três diretoras da Tecla Play Associação Cultural."

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Os filmes são escolhidos por elas. Pela produtora de cinema e televisão Catarina Ramalho, pela designer Dania Afonso e pela professora do 1.º ciclo Teresa Lima. Cada uma traz a sua experiência profissional para a seleção do Play e os filhos de Catarina, de 5 anos, e de Dania, de 7, ajudam. "São as nossas cobaias", ri-se Catarina. Teresa, grávida, traz a experiência da sala de aula. "Não vamos à procura de coisas totalmente esquisitas, procuramos filmes acessíveis", garante. E nem tudo em animação. Procuram também imagem real, como a do filme Irmãos do Vento, sobre a relação entre uma criança e uma águia, destinado às crianças entre os 10 e os 13 anos.

Na sua quarta edição, o festival apresenta três longas-metragens e cerca de 150 curtas. Duas são portuguesas:

- Galope, de Raquel Felgueiras (2014)

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Otorrinolaringologista, de André Pereira (2015).

Foram as diretoras do festival que, sentindo falta de um festival de cinema inteiramente dedicado às crianças, e aos bebés, que puseram mãos à obra e criaram o Play. "Começámos a perguntar o que era preciso e a falar com as pessoas. A câmara achou que era uma boa ideia", recorda Catarina Ramalho.

É a autarquia que financia hoje o projeto do Play, em fundos e cedendo o São Jorge, há quatro anos houve crowdfunding. Na primeira sessão para bebés choraram, recorda Catarina. Continuam a fazê-las. Duram 15 minutos e são gratuitas.

Os filmes para miúdos até aos 5 anos são dobrados, mas as longas-metragens só passam com legendas. "Fazemos muitas dobragens, mas nas longas-metragens ainda não temos capacidade", justifica Catarina Ramalho.

Este ano, além do prémio do público - "que os miúdos adoram" - há um prémio de mil euros para o melhor filme, escolhidos por um júri composto pelo realizador de cinema Fernando Vendrell, pela jornalista Inês Fonseca Santos e pelo ator Albano Jerónimo.

Cine-concerto e festa de pijama

Uma das propostas do Play é o cine-concerto de Sherlock Holmes Jr, de Buster Keaton, exibido no dia 18, às 17.00. Catarina Ramalho faz questão de chamar a atenção para essa "experiência" em que se assistem a filmes "que raramente se veem". Este, de 1924, será musicado pelo músico David Santos, também conhecido como Noiserv, convidado, tão simplesmente, por escolha das diretoras. "Fazemos o que gostamos, convidamos quem gostamos", ri-se Catarina Ramalho.

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Os ateliês também têm lugar no Play, adequados às várias idades. Um deles, Ruidagem - Era uma Vez um Som que encontrou uma palavra, é repetente. O objetivo é que as crianças sonorizem excertos de filmes, contando uma história.

Novidade absoluta é a festa do pijama. Quem chegar ao São Jorge de pijama, nas manhãs de sábado, às 10.30, come uma panqueca. E vê um filme.

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