Medicamentos para a diabetes retirados por risco cardiovascular
A Agência Europeia para o Medicamento (EMA) recomendou a retirada do mercados dos medicamentos que contêm rosiglitazona, uma substância usada para tratar diabetes tipo 2, associada à má alimentação e a estilos de vida sedentários.
Em Portugal, estão à venda dois medicamentos com esta substância activa: Avandia e Avandamet. A Autoridade Nacional para o Medicamento (Infarmed) recomenda que os dois deixem de ser receitados e que os doentes falem com os médicos para alterar a medicação.
A decisão anunciada agora teve como base um estudo apresentado em 2007 e que indicava que um possível aumento do risco de doença isquémica cardíaca associada ao uso de rosiglitazona. investigações mais recentes confirmaram o aumento do risco cardiovascular associado a esta substância activa.
"Tendo em conta este facto, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA concluiu que os benefícios da rosiglitazona não são superiores aos riscos associados ao seu uso", refere o alerta publicado na página oficial do Infarmed. Os medicamentos vão deixar de estar disponíveis na Europa dentro de alguns meses.
Por isso, Autoridade Nacional do Medicamento deixa duas recomendações: "Os médicos devem deixar de prescrever medicamentos contendo rosiglitazona e iniciar a revisão do tratamento de todos os doentes actualmente a fazer esta terapêutica. Os doentes que estão a tomar estes medicamentos não devem interromper a medicação sem falar com o médico, a quem compete avaliar a situação e prescrever um tratamento alternativo".
Desde que obtiveram autorização de venda, 2000, que os medicamentos com esta substância activa têm sido monitorizados. "A utilização da rosiglitazona foi, por isso, desde logo restringida ao tratamento de segunda linha e sempre contra-indicada em doentes com insuficiência cardíaca", refere o comunicado do Infarmed.
A autoridade norte-americana do medicamento (FDA) optou por manter o Avandia, que é produzido pela GlaxoSmithKline, disponível no mercado, mas com enormes restrições. Õ remédio só estará disponível para novos pacientes com diabetes tipo 2, se não consigam controlar seus níveis de glicose com outros medicamentos.
Contactada pelo DN, a porta-voz da farmacêutica em Portugal esclareceu que estão a ser preparadas cartas com "toda a informação sobre o assunto" a médicos e farmácias e reafirmam que de acordo com os dados que têm "o medicamento é seguro e eficaz" e que estão a trabalhar com a EMA e a FDA sobre mais dados.