Brasil. Será votada no início deste ano uma proposta de lei que visa tornar o 'baile funk' um "movimento cultural protegido". Todavia, este projecto já começou dividir opiniões .Festas de 'baile funk' juntam um milhão de pessoas .Nos anos 80 surgia nas favelas do Rio de Janeiro uma nova música a que se dava o nome de baile funk. DJ locais colavam gravações de samba a linguagens electrónicas vindas dos EUA. No entanto depressa esta música, que teve o seu primeiro palco nas ruas das favelas onde DJ "batalhavam" entre si, começou a ser associada a várias formas de criminalidade..Apesar deste cenário, o deputado brasileiro Marcelo Freixo (do PSOL, Partido Socialismo e Liberdade) entregou recentemente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro uma proposta de lei que visa tornar o baile funk um "movimento cultural protegido". Segundo o jornal The Guardian, o objectivo do deputado é combater a discriminação de que esta música é alvo, querendo assim que o baile funk passe a ser tratado pela Secretaria da Cultura em vez da Secretaria de Segurança Pública. Em entrevista ao jornal britânico o deputado referiu: "O funk movimenta cerca de um milhão de jovens todos os fins-de-semana, mas ainda assim as pessoas olham para isso com desconfiança. O preconceito não é contra o funk mas contra o sítio de onde ele vem. É a música dos negros e dos pobres"..A proposta já gerou opiniões contrárias, algumas defendendo a proibição das festas de baile funk de forma a combater a criminalidade nas favelas. Estas festas são recorrentemente fechadas pelas autoridades locais, nomeadamente pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais). No ano passado o coronel Marcus Jardim referiu que as festas de baile funk eram utilizadas para o tráfico de drogas, acrescentado que, apesar de não poder proibi-las, pode "tornar a sua realização mais difícil", lê-se no The Guardian. Esta realidade foi retratada no filme Tropa de Elite, de José Padilha. .No início desta década o baile funk "saiu" das favelas e começou a disseminar-se pela Europa e EUA.