Foram precisos 25 anos e quatro gerações de modelos para o mais pequeno dos Lancia, desde sempre associado à letra Y, ganhar as cinco portas que parecem abrir um futuro bem mais risonho a um carro que leva milhão e meio de unidades vendidas. Do ponto de vista estrutural essa é a alteração a distinguir um citadino que chega a Portugal na última semana de Junho, com dimensões sempre a crescer (tem hoje 3,84 metros), espaço suficiente para quatro pessoas, mala razoável (245 litros) para o nível da oferta e um estilo capaz de continuar a ser visto como muito especial.Construído sobre a mesma base usada no 500 e no Panda, o Lancia Ypsilon, dois volumes influenciado pela preocupação generalizada do ar de coupé, portas traseiras «escondidas» no estilo comum, adopta formas identificáveis com soluções do Delta e recebe uma frente que parece inspirada na americanização do grupo Fiat, através da ligação à Chrysler (essa, aliás, será a marca adoptada em alguns mercados) e da opção por uma frente sem igual, em que desponta a grande grelha, comum na marca e agora mais aproximada aos modelos made in USA. O conjunto resulta numa curiosa personalidade, um certo ar retrovanguardista que o construtor identifica com o conceito de fashion city-car. Seja como for, estamos perante um automóvel diferente, daqueles com uma imagem incapaz de passar despercebida.Como era esperado, a Lancia continua a fazer apelo a características identificáveis com princípios premium e a forçar a ideia do citadino luxuoso, escolha possível numa sempre ampla capacidade de enriquecimento do interior já vulgar na marca. O habitáculo é arejado e a ideia de espaço surge potenciada pela solução de minimização das dimensões das costas dos bancos dianteiros, efeito conseguido na prática, pois não penaliza o conforto de quem está à frente e valoriza os lugares traseiros, onde duas pessoas viajarão confortavelmente, com espaço suficiente para as pernas e largueza quanto baste; havendo cinco passageiros, embora seja essa a capacidade registada, as coisas tornam-se mais complicadas, sobretudo para quem for ao meio.O tablier é dominado por um painel de instrumentos em posição central, projecção da consola bem concebida (o GPS pode ser montado no pilar esquerdo), integrando o selector de velocidades elevado, solução prática e que contribui para uma agradável posição de condução. O ambiente é simpático, os materiais não surpreendem, os acabamentos acompanham o continuado esforço do Grupo Fiat no sentido de uma maior qualidade.Para uma primeira avaliação das qualidades dinâmicas, escolhemos a motorização 1.2 Fire a gasolina, com 99 cv (102 Nm de binário máximo), caixa manual de cinco velocidades e start&stop, opção que deve dominar as opções de compra dos portugueses. É um motor que começa a acusar o peso da idade, cumpre razoavelmente em cidade, acusa a carga e ressente-se quando se lhe pede mais ritmo na estrada. As prestações deixam perceber essas dificuldades: 14,5 segundos para acelerar de 0 a 100 e 163 km/h em velocidade de ponta - números vulgares. No que respeita a consumos, a marca promete uma média de 4,9 litros aos 100 (115 g/km de CO2), com 6,4 no percurso urbano e 4,1 em estrada.A versão de entrada 1.2 Gold vai custar 14 300 euros e o 1.3 diesel mais cinco mil. As primeiras cinquenta unidades de cada motorização incluem uma oferta extra de equipamento.NOTÍCIAS DO MUNDO DO MOTORGenesis Coupé em PortugalA Hyundai acrescentou à sua gama nacional o Genesis Coupé. Desenvolvimento da berlina com o mesmo nome, este desportivo é um tracção traseira equipado com um motor 2.0 litros, sobrealimentado e com intercooler, que debita 210 cv e o binário de 300 Nm, o que lhe permite prestações interessantes: oito segundos para acelerar de 0 a 100 e 223 km/h em velocidade de ponta. O modelo está disponível com uma caixa manual de seis velocidades ou, em opção, com transmissão automática de cinco relações, comandável por patilhas no volante. O preço é de 39 900 euros para a versão Style de caixa manual, e de 43 500 euros para a opção automática. Controlo de estabilidade electrónico, controlo de tracção e sistema de assistência à travagem fazem parte do equipamento de série, bem como bancos em pele (regulável electricamente para o condutor), ar condicionado automático, cruise-control, pedais desportivos em metal. Sistema áudio Infinity com oito colunas (800 euros) e tecto de abrir eléctrico (400) figuram entre as opções. Três milhões de Mazda 3Sete anos e dez meses após o lançamento da primeira geração, o Mazda 3, best seller na gama actual do construtor, acaba de dar ao emblema nipónico um marco importante para a sua história: um modelo com três milhões de unidades produzidas. Verdadeiro automóvel global, o Mazda 3 é produzido no Japão, na China e na Tailândia e é vendido em 90 países.Americanos convencidos pelo JukeA segurança do Nissan Juke acaba de ser distinguida nos Estados Unidos: o Insurance Institute for Highway Safety atribuiu ao pequeno SUV japonês a classificação de «Melhor Escolha de Segurança em 2011». O galardão é conferido a veículos que obtêm a classificação de Bom (a mais elevada) em protecção contra impactos frontais, traseiros, laterais e resistência do tejadilho e estão equipados com controlo electrónico de estabilidade. Todos os Juke deste ano dispõem do sistema avançado de airbags Nissan, que inclui airbags frontais adicionais dual-stage, sensores de cinto de segurança e de classificação do ocupante, cortinas de ar no tecto para impactos laterais para protecção da cabeça dos ocupantes dos bancos dianteiros e traseiro, airbags suplementares de impacto lateral instalados nos bancos do condutor e passageiro e sistemas de retenção activos para a cabeça.