Jessica Athayde: "Não me considero de todo uma actriz"

Aos 24 anos considera-se ainda uma aprendiz no mundo da representação. Acha que não tem uma beleza típica, por não ter "olhos claros" nem "um sorriso Colgate". E confessa ser bastante insegura.
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Já a vimos loira, morena e ruiva. De qual dos três looks gosta mais?

Sou loira, mas gosto mais de me ver ruiva (risos).

Reage mal quando tem de mudar de visual para encarnar uma personagem?

Eu achava que não, mas quando tive de pintar o cabelo de preto para Flor do Mar (TVI) isso afectou-me bastante. Não tive uma reacção muito profissional, não consegui encarar bem as coisas naquele momento...

E como superou isso?

Não superei! Fiz o meu trabalho o melhor que pude, mas não tinha nada que ver. Quando estava a encarnar a personagem sentia-me bem, mas enquanto Jessica aquele visual não tinha nada que ver comigo. Quando me via ao espelho via apenas a personagem.

É considerada uma das mulheres mais bonitas de Portugal. Acha que a beleza ajudou-a a triunfar?

Cada vez mais acho que as miúdas que aparecem na televisão são mais bonitas do que eu. Não tenho uma beleza típica, não tenho dentes Colgate nem olhos claros (risos).

Quando é que se sentiu mordida pelo bichinho da representação?

O meu interesse por esta área surgiu tarde. Era uma coisa de que eu gostava, mas mantive-o sempre em segredo porque tinha vergonha de o dizer (risos). Entretanto, aos 18 anos, fiquei com mais tempo livre e decidi fazer um workshop. Foi quando surgiu a oportunidade de integrar o elenco dos Morangos com Açúcar.

Como é que os seus pais reagiram quando souberam da sua paixão pela representação?

De início ficaram um pouco reticentes e argumentavam que não era um emprego estável. Eles gostavam muito que eu tivesse um curso superior, coisa que não tenho porque depois dos Morangos apareceu logo um segundo projecto em televisão: Ilha dos Amores.

Sente o estigma de ser ex-moranguita?

Tenho o maior orgulho de ter feito os Morangos, aprendi muito. Existem muitas pessoas que têm uma opinião menos positiva desta série, mas a verdade é que quando vão lá fazer uma perninha mudam de opinião.

Nem todos aqueles que passam por esta série vingam no meio artístico, o que não foi o seu caso. Na sua opinião, isso deve-se a quê?

Tive muita sorte com a minha personagem. A Mimi começou por ser bastante secundária, mas consegui dar a volta e ela foi crescendo ao longo da série. Eu sabia que tinha ali a oportunidade da minha vida e agarrei-a. Tenho a consciência de que há muita injustiça neste meio, existem muitas pessoas com talento que não vingam.

Desde a sua participação nos Morangos com Açúcar até hoje, em que aspectos sente que evoluiu mais?

Aprendi bastante com os meus erros. Sinto que estou a tornar-me mais profissional, mais compreensiva e com os objectivos mais definidos. No entanto, antes de gravar determinadas cenas sinto-me nervosa e chego a perder o sono. Não me considero de todo uma actriz...

Considera-se o quê, então?

Sou uma aprendiz, uma estudante de actriz! Ainda tenho muito para aprender.

A Rosa de Mar de Paixão é uma menina/mulher doce, responsável e algo tímida. Revê-se nela?

Não (risos). Não tem nada que ver comigo. A Rosa tem outro tipo de vida, acaba por ser uma mãe para as irmãs. Os meus objectivos de vida são completamente diferentes dos dela, daí estar a ser tão giro fazê-la.

Então, como é a Jessica?

Ainda estou em fase de crescimento, estou a descobrir-me. Sou insegura, sou trabalhadora e sei que sou amiga. E preocupo-me muito com o próximo.

É insegura?

Sim. Admiro muito as mulheres seguras, que se acham lindas e sentem-se sempre bem. Eu confesso que não sou assim.

Quando está em gravações tem algum capricho?

Existe uma coisa que não pode falhar que é o meu galão. Parece que as coisas não correm tão bem quando começo a trabalhar sem beber o meu galão (gargalhada). E o mais engraçado é que só tenho esta necessidade quando estou a trabalhar, é o meu vício.

Qual foi o acto mais bonito que um fã teve para consigo?

Quando estava no Tivoli, no musical dos Morangos, houve um fã que foi lá ter comigo de propósito e entregou-me uma caixa de chocolates, eu fazia anos naquele dia e ele tinha lido algures que eu era viciada em chocolate. Hoje em dia somos amigos e tudo.

No meio de tanto trabalho, há tempo para namorar?

Claro, arranja-se sempre um tempinho...

Procura resguardar o seu namorado da exposição mediática?

Para ele não faz sentido nenhum aparecer. Os eventos onde eu vou não são do interesse dele. Além disso ele não faz nada que justifique aparecer na imprensa. Nos últimos dois anos tem sido assim, e tem corrido bem. 

Ele lida bem com o facto de ser famosa?

Lida, acima de tudo é a primeira pessoa a puxar-me os pés para a terra. Ele é muito mais objectivo do que eu e isso é óptimo. É bom estar com uma pessoa que não é do meio, podemos falar de coisas diferentes.

Ele é de que área?

(Silêncio) Engenharia ambiental...

Como é que se vê daqui a alguns anos? Casada e com filhos?

Não faço a menor ideia, as coisas mudam tanto. Não me vejo a ser mãe nos próximos tempos, ainda sou muito nova, mas não faço planos. Só sei que não gostava de ter filhos cedo.

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