Greve estende-se aos comboios suburbanos
A greve que paralisa há mais de uma semana os portos e caminhos de ferro sul-africanos estendeu-se hoje aos comboios suburbanos sob administração da Metrorail.
Mais de 2 milhões de utentes na província de Gauteng, que utilizam estas composições de e para o trabalho nas grandes cidades como Joanesburgo e Pretória, tiveram hoje de encontrar soluções alternativas. Nas províncias do Kwazulu-Natal e Cabo Ocidental, o número de utentes afectado é da ordem dos 1,8 milhões em cada uma delas.
Esta manhã, em redor das grandes cidades, nos chamados "bairros dormitórios", longas filas de utentes formaram-se nos terminais de autocarros e táxis colectivos, tendo milhares de pessoas chegado tarde aos empregos.
A situação deverá manter-se enquanto os sindicatos do sector negoceiam com a Agência Nacional de Passageiros dos Caminhos-de-Ferro (PRASA) e a Metrorail um acordo salarial que ponha fim à paralisação de 12 mil trabalhadores.
Enquanto isso, mais de 50 mil trabalhadores da Transnet, que inclui os comboios de longo curso e de mercadorias, os portos e os oleodutos do país, continuam em greve, criando enormes prejuízos à economia da África do Sul.
Nos portos, as pilhas de contentores crescem nos terminais e os responsáveis alertaram já para os enormes prejuízos que se estão a acumular em inúmeros sectores em consequência da greve.
Um alto quadro da Transnet alertou hoje para o perigo de serviços essenciais para o Mundial de futebol que se inicia a 11 de Junho poderem ser afectados já que muitas mercadorias destinadas ao torneio estão retidas nos portos do país.
A administração da Transnet acusou sexta feira os grevistas de terem causado mais de 20 milhões de randes (2 milhões de euros) de prejuízo ao material circulante na primeira semana de greve. Uma composição que transportava gasóleo e gasolina descarrilou perto de Durban por os grevistas terem desapertado os parafusos que ligam os carris às travessas e 18 locomotivas sofreram avultados danos em consequência de pedradas e incêndios ateados pelos próprios trabalhadores em greve nas localidades de Ermelo e Pretória.