Explosão na Nova Zelândia aprisiona 36 mineiros
Questões de segurança estavam atrasar ontem o início das operações de resgate na mina de Pike River, sob as montanhas de Paraoa, na costa ocidental da Nova Zelândia, após uma explosão que isolou mais de 30 mineiros a cerca de 120 metros de profundidade.
As equipas de salvamento encontravam-se no local, devendo as operações iniciar-se hoje após a verificação da qualidade do ar no interior desta mina onde se explora o carvão. O sistema de ventilação cessou de funcionar após a explosão e temia-se a formação de gases letais no poço de acesso.
O ministro neozelandês das Minas, Gerry Browlee, garantiu que "todos os esforços serão feitos para salvar estas pessoas".
Não há qualquer notícia sobre o estado dos mineiros, já que as comunicações foram interrompidas após a explosão. Apenas dois mineiros conseguiram chegar à superfície; apresentavam ferimentos de alguma gravidade, tendo sido transportados para o hospital. Outros três mineiros teriam tentado chegar à superfície, segundo os dois sobreviventes, mas não teriam conseguido ultrapassar os obstáculos criados pela explosão.
No interior da mina estarão 36 homens, segundo um porta-voz da polícia local, enquanto o director da empresa proprietária, John Dow, admitia apenas 27 pessoas soterradas.
Dow permanecia optimista, indicando que cada mineiro possui equipamento autónomo de produção de oxigénio; ao contrário do sucedido na mina chilena de San José, em Agosto, onde 33 mineiros tiveram de proceder a um rigoroso racionamento para garantirem a sobrevivência, no caso de Pike River existem alimentos disseminados ao longo da mina.
Ainda não estava determinada a origem da explosão naquela que é uma das poucas minas subterrâneas na Nova Zelândia. A maioria das minas neste país, escrevia ontem a AFP, situam-se a céu aberto.
O mais grave acidente na história mineira da Nova Zelândia sucedeu em 1896, quando uma explosão matou 65 pessoas na mina de Brunner, situada numa região próxima da de Pike River.