Ex-reitor nomeado para organismo criado anteontem
Fernando dos Santos Neves, que o DN procurou insistentemente ouvir durante todo o dia de hoje, foi nomeado na quarta-feira.
O ex-reitor está no centro da polémica licenciatura do ministro Miguel Relvas em um ano, uma vez que assinou o parecer, com o professor José Fialho Feliciano, que serviu de base à atribuição de equivalências ao então aluno de Ciência Política e Relações Internacionais e fez sozinho o despacho que determinou 32 equivalências nas disciplinas do curso.
À época, em 2006, este professor universitário era o reitor da Universidade Lusófona, presidente do Conselho Científico e dirigia o curso que Relvas frequentou. Foi também o professor de uma das quatro cadeiras em que o atual ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares teve de fazer exame, dando a nota mais elevada a Relvas (18, em Introdução ao Pensamento Contemporâneo).
Na ordem de serviço ontem divulgada pelo Grupo Lusófona lê-se que "considerando a nomeação do senhor professor doutor António Fernando Martins dos Santos Neves para presidente do Conselho Superior Académico do 'Grupo Lusófona' deixou vago o cargo de reitor da Universidade Lusófona do Porto", pelo que Santos Neves acabou substituído na reitoria por Isabel Lança.
Na ordem de serviço n.º 67/2012 da Cooperativa de Formação e Animação Cultural, proprietária da Universidade, agradece-se "a excelente colaboração prestada" e formulam-se "votos de muito sucesso" a Fernando dos Santos Neves.
Já o despacho n.º 1/2012 do Grupo Lusófona, assinado pelo seu presidente, Manuel Damásio, cria o Conselho Superior Académico com o objetivo de responder à estrutura do grupo universitário que está espalhado por vários países lusófonos. Esse despacho enuncia ainda os estatutos do novo organismo, lendo-se no artigo 4.º que Santos Neves é "nomeado presidente", "coadjuvado" por outros dois professores universitários, Fernando Campos e António Costa. Se algum destes se demitir das suas funções, os estatutos desta instituição terão de ser alterados.
Questionado sobre se considerava ter as condições e confiança necessárias para estar no Governo, Miguel Relvas não respondeu.