Bryan Adams estreia novo disco no Maxime
Não foi com surpresa que o anúncio de uma pequena digressão de Bryan Adams previu uma passagem por Lisboa. Ainda por cima, à capital portuguesa caberia o papel de receber a primeira data, ou não estivesse no extremo ocidental da Europa.
Mas a grande surpresa chegaria quando foi conhecida a sala prevista para a primeira apresentação mundial de 11. Nada mais nada menos que o Maxime, antigo cabaret situado na Praça da Alegria, e que nos últimos dois anos passou a fazer parte do roteiro nocturno de Lisboa graças a uma programação que tanto recupera o primeiro rocker português (Joaquim Costa, recentemente falecido) como recebe de braços abertos a estrela da série Os Sopranos Michael Imperioli e os seus La Dolce Vita.
E o que traz Bryan Adams a um país que conhece desde a infância? O décimo primeiro álbum gravado em estúdio, justamente intitulado 11, que o faz percorrer onze países em onze dias. A edição ocorre no dia 17 mas os fãs já o pré-adquiriram, precisamente para poderem estar hoje no Maxime.
A editora Universal e as lojas Fnac lançaram o desafio aos devotos de Bryan Adams para encomendarem 11, oferecendo como recompensa uma entrada para a actuação de hoje, que é destinada à comunicação social e outros convidados. A fome foi tanta que os (poucos) bilhetes disponíveis esgotaram em 20 minutos, quando a "promoção" deveria durar duas semanas. E assim, 11 ganhou um passaporte para um posto cimeiro no top nacional de álbuns.
O disco foi gravado, na sua grande maioria, em quartos de hotel e camarins, um pouco por todo o mundo, durante os últimos dois anos. Provavelmente, a grande notícia para Bryan Adams foi o regresso do parceiro Jim Vallance, com quem co- -assinou alguns dos maiores êxitos da sua carreira. Heaven, Summer of 69 e Run To You fazem parte dessa lista gloriosa.
Todavia, não se espere um formato pensado para estádios, hoje na esquina da Praça da Alegria. Bryan Adams já assumiu que estes são concertos íntimos, em salas com características especiais, onde apenas se irá apresentar com uma guitarra acústica e uma harmónica.
Nos últimos anos arredado dos grandes palcos, desde que editou Room Service (2004), que passou relativamente despercebido, Adams procura um regresso em força. A colectânea Anthology do ano seguinte não foi suficiente para contrariar uma tendência negativa que em nada condiz com os resultados obtidos nas décadas de 80 e 90. Nesse período, experimentou dois caminhos distintos.
Quando ainda jovem adulto, seguiu tendências do rock que o conduziram rapidamente ao chamado mainstream. A participação nas bandas sonoras de séries como Miami Vice e Footloose apenas serviu para comprovar o estatuto de figura de primeiro plano. Depois, na década de 90, virou-se para as baladas e adoptou uma postura de cantor romântico. Desse tempo ficaram para a história os campeões de vendas So Far So Good (1993), 18 'Til I Die (1996), Unplugged (1997) e On a Day Like Today (1998). Convém não esquecer que à noite, no Maxime, actua Mário Mata, o cantor de Não Há Nada P'ra Ninguém.|