Bárbara Paz mostra a vida de vício e consumo em 'Hell'

Uma "menina rica", que gasta todo o dinheiro em compras fúteis e em droga, e que tarda em encontrar a felicidade. Assim é 'Hell', a protagonista do espetáculo interpretado por Bárbara Paz que está em cena no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, hoje e amanhã, integrado na mostra de teatro brasileiro.
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Bárbara Paz já era atriz quando se tornou famosa no Brasil ao participar e vencer a primeira edição do reality show Casa dos Artistas, no canal SBT, em 2001. Tinha 27 anos. Desde então, tem diversificado a sua carreira - protagonizou a teleonvela 'Marisol' (ainda no SBT), ganhou o prémio de melhor atriz numa curta-metragem no Festival de Gramado com 'Produto Descartável', posou nua na Playboy. Em 2010, já atriz contratada da Globo, participou na novela 'Viver a Vida', e gravou algumas cenas em Lisboa.

Apesar de tudo isto, nunca deixou de fazer teatro. "Eu gosto de fazer novela, é um exercicio diário, a gente aprende muito. Mas o teatro é a base de tudo o resto", diz. "O teatro é de onde eu venho e vai caminhar comigo para o resto da vida, é o lugar aonde eu volto sempre."

E é com uma peça de teatro que Bárbara Paz se apresenta este fim-de-semana em Lisboa: 'Hell'.

Veja a apresentação de 'Hell':

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A francesa Lolitta Pille escreveu o livro 'Hell Paris 75016' quando tinha apenas 21 anos, numa espécie de autobiografia em que relatava o seu estilo de vida de menina rica. Bárbara e o marido, o realizador Hector Babenco (de 'O Beijo da Mulher Aranha' e 'Carandiru') leram o livro e embora não o tenham considerado "grande literatura" descobriram ali "uma personagem muito rica".

Hell "é uma rapariga da alta sociedade parisiense que vive o vazio de uma geração de consumo", explica a atriz. "Consumo em todos os sentidos, desde roupas de griffe a drogas. Uma vida de excesso, de ser visto e estar nos melhores lugares. Tem tudo para ser feliz e não consegue."

Babenco adaptou o livro e encena o espetáculo para dois atores - Bárbara Paz e Paulo Azevedo. "Ela vai-se afundando cada vez mais ao longo da peça e o espetador começa até a sentir alguma compaixão. É uma crítica à nossa sociedade e aos valores dominantes mas é também uma história de amor. A grande mensagem da peça é: se você gosta muito de uma pessoa tem de falar com ela antes que seja tarde de mais", explica a atriz.

A fazer 'Hell' há dois anos, Bárbara Paz não tem dúvidas de que está é "a personagem mais difícil e mais forte" da sua carreira. Não só porque fica em cena e a falar durante uma hora e 15 ou porque tem de fumar durante todo o espetáculo, ela que odeia cigarros, mas sobretudo porque a levou a crescer muito como atriz. "Eu não conhecia Hell mas hoje conheço-a muito bem. E esta personagem ensinou-nos muito."

Trabalhar com o marido tem sido uma experiência fantástica para Bárbara Paz que considera Babenco "um génio". Mas uma experiência "intensa". "Teve dias que eu não voltava para casa", recorda. Isto apesar de achar que conseguiram "distanciar o relacionamento pessoal do relacionamento profissional". No próximo ano, Bárbara Paz vai voltar à televisão para fazer uma novela de Walcyr Carrasco, na Globo, e, depois, se tudo correr bem, volta ao palco com 'Gata em Telhado de Zinco Quente', de Tennessee Williams.

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