Ana Maria Brandão com mais um mês de baixa

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De baixa em baixa, esta é a sina da funcionária pública de Ponte de Lima, vítima de uma doença degenerativa que a faz depender de terceiros para "sobreviver". Depois de ver dois pedidos de reforma antecipada recusados pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), Ana Maria Brandão está de baixa médica desde Dezembro, por depressão e assim vai continuar pelo menos durante mais 30 dias.

"A minha vida agora é isto. De baixa, sem salário e a depender dos meus pais para comer e comprar medicamentos", afirmou ao DN Ana Brandão, depois de segunda-feira ter visto a médica de família renovar-lhe a baixa. "Só queria que me dessem paz para lutar contra a minha doença", conta, desiludida. Entretanto, já pediu à CGA o respectivo processo clínico de forma a solicitar uma nova (a segunda) junta médica de recurso, mas esta já ao abrigo das novas regras, que recentemente entraram em vigor.

Portadora de cervicalgia e lombalgia degenerativas, Ana Maria Brandão, de 44 anos, funcionária administrativa da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, em Ponte de Lima, esteve três anos de baixa mas a 5 de Novembro de 2007 foi obrigada pela CGA a regressar ao trabalho. Tal como faz no seu dia-a-dia, cumpriu o horário laboral sempre acompanhada pelo pai, sentada numa cadeira, encostada a uma parede. Isto até que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que entraria novamente de baixa médica até que a CGA procedesse à reapreciação do caso, o que acabaria por ditar, nesse mesmo mês, novo "chumbo".

Para agravar a situação, já não recebe o salário desde Dezembro, depois de a junta ter decidido, unilateralmente, que Ana Maria iria de "licença sem vencimento".

"Mas eu pedi alguma coisa dessas? Deixam de me pagar, não me dão satisfações, mais pareço um boneco", afirma Ana Maria Brandão, revoltada.|

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