"Sinto-me mais bonita com o visual indiano"
Entrevista. Juliana Paes explica como foi gravar na Índia a sua personagem Maya, na nova novela que a SIC estreia dia 16, 'O Caminho das Índias'. Lá, pensaram que era uma indiana
Como está a viver este seu primeiro papel de protagonista?
Muito contente, principalmente com a repercussão que está a ter. Antes da telenovela fica-se muito apreensivo. Como protagonista, o que dá mais trabalho é ler os episódios inteiros, na íntegra, saber o que acontece antes e depois da cena onde entro. As telenovelas da Glória Perez (autora de O Caminho das Índias) têm um lado bom para os protagonistas, porque as personagens são tantas que não fiquei assim com tanto trabalho. Dá para estudar com alguma calma.
Está a gravar mais horas?
Sim, claro. Trabalho em média umas 10 horas. Há dias que trabalho de manhã até à noite durante 14 horas e outros que se grava um pouco menos.
Sente-se mais bonita com esse visual indiano?
Sinto sim. Até sinto falta destas roupas no dia-a-dia. Estou contagiada pela personagem Maya. Às vezes vejo-me a colocar mais peças do que eu punha antes. É bom adornar-me.
Que diria aos portugueses para verem O Caminho das Índias?
O que é bom nas telenovelas é ter também um papel cultural. Sou fã das telenovelas da Glória Perez por causa disso. Ela põe-nos a pensar, a aprender algumas coisas. A cultura indiana tem quatro mil anos, é riquíssima e cheia de coisas que não conhecemos. Só quando nos deparamos com o que é diferente da nossa realidade é que começamos a questionar- -nos sobre as certezas que temos. É um exercício muito válido.
O que a marcou mais?
O respeito pela família. Aqui somos mais individualistas. Na Índia a família está muito presente na vida das pessoas. Eles nem fecham as portas das divisões das casas. O pai ou a mãe entram no quarto dos filhos a qualquer momento. A noção de individualidade, do público e do privado é muito diferente.
Como foi gravar na Índia?
Foi uma loucura. Gravámos sem muita preparação para não perder a naturalidade das ruas. Não queríamos ter figurantes em todas as cenas. Muitas vezes eu ficava a uma distância enorme das câmaras, por isso vinha a caminhar de longe e tínhamos de ultrapassar vários problemas. Às vezes aparecia uma vaca ou um elefante no caminho e tinha de continuar como se estivesse tudo bem. Actuei muito no improviso.
Algum episódio mais caricato?
Perguntavam de onde eu era e eu explicava que era brasileira. Mas muitas vezes achavam que eu era do Norte da Índia, porque sou menos morena. No Sul eles são mais escuros. O jornalista viajou a convite da SIC