Dezoito das 24 vítimas de acidente de avião no Brasil eram familiares

Acidente. 'Embraer EMB-110 Bandeirante' só tem capacidade para 16 a 18 pessoas

Só quatro pessoas escaparam. Excesso de passageiros investigado

A última vez que o piloto do Embraer EMB-110 Bandeirante entrou em contacto com a torre de controlo foi para dizer que, devido ao mau tempo, ia voltar para Coria, de onde levantara voo às 14.00. Depois disso, os radares perderam o contacto com o aparelho, que funcionava como táxi aéreo e se dirigia a Manaus. Este acabou por se despenhar no rio Manacapuru, um afluente do Amazonas. Das 28 pessoas a bordo, apenas quatro terão sobrevivido, uma delas, um rapaz de nove anos. Dezoito das vítimas pertenciam à mesma família e iam a Manaus assistir a uma festa de aniversário.

"Houve algum excesso, sim, porque a empresa declarou 20 passageiros e havia 28 no voo", disse ao Globoonline o coronel Robert Rocha, subsecretário da Defesa Civil. No site da Manaus Aerotaxi, o Bandeirante é dado como tendo capacidade para 16 passageiros e 1500 quilos de carga. Mas um porta-voz da empresa veio esclarecer depois que o avião pode transportar até 18 pessoas, além de algumas crianças de colo.

No voo entre Coria e Manaus, além dos dois tripulantes, o aparelho levava 18 adultos e quatro bebés. Destes, só quatro sobreviveram: Brenda Dias Moraes, de 21 anos, Eric Evangelista da Costa Pessoa, de 23, Ana Lúcia Reis Láurea, de 43, e Yan da Costa Leal, de nove. Todos eles sentados na traseira do aparelho, terão conseguido sair depois de Brenda abrir a porta de emergência, segundo informações do site do Globo.

"O avião embateu na copa de uma árvore. Nesse momento, uma passageira percebeu que a aeronave caiu. Então, abriu a porta para sair", explicou o coronel Rocha. Ontem, o avião continuava amarrado a uma árvore para não se afundar no rio, um dos afluentes do gigante Amazonas. O Corpo de Bombeiros de Manaus explicou que o piloto, cuja identidade não fora ainda revelada, terá tentado fazer uma aterragem de emergência no aeroporto daquela cidade, mas terá acabado por amarar em pleno rio, a cerca de 500 metros da pista.

Os bombeiros continuaram ontem as buscas no local para tentar localizar uma eventual 25.ª vítima. "Um ribeirinho que ajudou a resgatar os sobreviventes contou-nos que viu uma pessoa a ser levada pela corrente. Iremos até ao local ver se encontramos alguém", garantiu ao site G1 Marco Antônio Calmon Gama, tenente do Corpo de Bombeiros de Manaus. No terreno, encontravam-se "equipas com 30 homens: dez mergulhadores e 20 bombeiros de superfície". Ao final do dia, as autoridades acabaram por cessar as buscas.

A Folha online revelava que 22 das vítimas vão ser sepultadas em Coari, onde todas viviam. As duas outras vítimas mortais deverão também ser sepultadas no estado do Amazonas, mas as autoridades ainda não tinham informação sobre o local exacto.

Quanto aos sobreviventes, receberam tratamento no hospital regional de Manacapuru. Marcelo Alves Cabral, director do estabelecimento, explicou ao G1 que "eles tiveram apenas escoriações e estavam muito nervosos, mas conversando bem, não estavam em estado de choque". O médico acrescentou ainda que Eric Pessoa, de 23 anos, foi o ferido com mais gravidade, apresentando um corte profundo nas costas. Todos foram imediatamente medicados e já tinham tido alta ontem ao final do dia.

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