Ela não gosta de críticas

Maria de Lurdes Rodrigues

51 anos

Ministra da Educação do XVII Governo Constitucional

Doutorada em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, onde era professora até ir para o Governo

Ela não gosta de críticas

"Perdi os professores mas ganhei os pais e a população." A frase, proferida em 2006, durante um início de Verão aquecido pela contestação sindical, ficaria como marca registada de Maria de Lurdes Rodrigues, uma das menos convencionais ministras da Educação até à data, capaz de reunir em torno da sua personalidade e das suas políticas uma legião de comentadores, rendidos à sua "determinação" e aos seus "objectivos" para o País, e um rol de inimizades que há muito ultrapassou as fronteiras dos sindicatos, e até da classe docente, como parecem comprovar os reincidentes últimos lugares que ocupa nos rankings de popularidade do Governo Sócrates.

A inabilidade para explicar os seus objectivos - que tantas vezes tem sido apontada como o seu principal calcanhar de Aquiles -pode relacionar-se com dois factores: ser uma estreante em cargos políticos (de resto, nem sequer é militante do PS) e a sua notória aversão à exposição pública, consequência de uma timidez que teve de aprender a ultrapassar, mas pela qual é conhecida desde os tempos de estudante.

Os críticos apontam-lhe ainda alguma indisponibilidade para discutir opiniões contrárias às suas - os sindicatos não lhe perdoam, por exemplo, o facto de ter sistematicamente delegado nos seus secretários de Estado a presença nas intermináveis maratonas negociais que têm acompanhado a aplicação das suas não menos prolíferas reformas. Mas os seus apoiantes vêem na mesma obstinação um sinal do "carácter" que lhe permitiu, por exemplo, fechar, com o acordo das autarquias, mais de 2000 escolas primárias com menos de 10 alunos , ou, ainda esta quinta-feira, questionar, surpreendida, numa entrevista à jornalista Judite de Sousa, na RTP, porque haveria de suspender a avaliação só porque há milhares de professores nas ruas a pedir a sua demissão.

Nascida em Lisboa, em Março de 1956, Maria de Lurdes Rodrigues estudou no liceu Maria Amália, à data uma escola exclusivamente feminina, e formou-se em Sociologia, em 1984, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), que desde então tem sido a sua segunda casa. Foi lá que leccionou, desde 1986 até à sua chamada para o Governo Sócrates. Foi lá que produziu a maioria das suas dezenas de estudos e ensaios, sobretudo relacionados com sociologia do trabalho, e consta que é lá que trabalha o seu actual companheiro.

Divorciada, com uma filha já adulta, Maria de Lurdes Rodrigues tem um apartamento em Lisboa, guia um Peugeot 206 a gasóleo e ganha cerca de 6200 euros mensais, segundo a declaração que entregou em 2006. Tem alguns milhares de euros investidos em planos poupança habitação e reforma. Passatempos, se os tem, são desconhecidos, embora actualmente seja improvável que lhe sobre tempo para muito mais do que a Educação. |

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