20 abril 2008 às 00h00

Viajar ao mundo dos insectos sem sair de Gaia

HELDER ROBALO (Texto)

HERNÂNI PEREIRA (Foto)

O ambiente húmido quase nos transporta para uma floresta perdida no meio dos trópicos. Um espaço onde, a determinada altura, surgirá um animal mais assustador. Como a tarântula Golias ou o insecto-pau gigante. Ou até uma barata assobiadeira. Estas e outras espécies podem ser vistas no Insectário do Park & Zoo de Santo Inácio, em Avintes, Vila Nova de Gaia.

O Insectário foi criado há sete anos por Roberto Guedes e exibe cerca de meia centena de invertebrados. Desde a tarântula-de-joelhos- -vermelhos à euricanta e ao caracol gigante africano, entre outros. O Insectário preenche duas vertentes: a lúdica e a educativa. O espaço não só dá a conhecer espécies provenientes de todo o mundo, como, em simultêneo, procura ensinar às crianças o que são e como são os invertebrados. Sem esquecer o tema da preservação.

O Insectário, através do Park&Zoo S. Inácio, tem acordos com as universidades do Porto, Coimbra, Aveiro e Trás-os-Montes e Alto Douro. No âmbito destes protocolos, o parque cede o espaço e elementos que possam ajudar na elaboração de estudos universitários e estágios nas instalações do zoo, em diversas vertentes educativas. Segundo o veterinário do parque, Helder Fernandes, há ainda a preocupação de "trazer espécies que ajudem a fazer educação ambiental".

Entre as principais atracções do Insectário conta-se o caracol gigante africano (Achatina fulica), proveniente do Gana, que se alimenta de frutas e vegetais e que chega a atingir 20 centímetros de concha. Furor costuma fazer também o insecto-pau gigante (Phoebaticus serratipessii), oriundo da região da Malásia. Pode ainda visitar-se o insecto-folha (Phylium celebicum), um bichinho de 7 a 9 centímetros de comprimento e que habilmente se confunde com o habitat. Ao sentir-se ameaçado, este animal começa a ondular, como se fosse uma folha abanada pelo vento. E há alguns que chegam a ter as asas castanhas nas pontas, como se fossem folhas queimadas pelo sol, ou furadas, como se estivessem roídas por insectos. Tudo para se proteger dos predadores.

Segundo os responsáveis do parque, a recepção de novas espécies não tem custos para o parque. "O Park & Zoo está inserido numa comunidade europeia, a Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA), através da qual as instituições fazem trocas de espécies", explica Teresa Guedes, da direcção do parque. Mesmo assim, explica o veterinário, "o insectário tem um custo anual de 80 mil euros".

Os fundos para a gestão do parque são angariados com as entradas, visitas e o programa de apadrinhamento, que se destina a pessoas, escolas e empresas. "Cada pessoa paga 50 euros por ano e escolhe a espécie a apadrinhar, tendo direito a entrar gratuitamente no parque", diz Teresa Guedes. Além de receber a ficha técnica do animal, um certificado de apadrinhamento e ter uma placa com o seu nome no local onde está o "afilhado". Para escolas o valor é de 75 euros, enquanto para empresas varia entre os 1500 e os 5000 euros anuais. |