Guerra Israel-Hamas
18 março 2024 às 10h18
Atualizado em 18 março 2024 às 11h29
Leitura: 3 min

Borrell. “Gaza era a maior prisão a céu aberto. Agora é o maior cemitério”

Josep Borrell vai propor aos 27 para realizarem “um debate de orientação política” sobre o acordo de associação da UE com Israel.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell alertou esta segunda feira para a pressão da opinião pública internacional sobre a atuação de Israel, na Faixa de Gaza onde a população enfrenta “a fome”, e a ajuda humanitária não tem autorização para distribuir ajuda no terreno.

 A falar à entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, é com palavras duras que o chefe da diplomacia Europeia se refere à actual situação no terreno.

“Gaza era, antes da guerra, a maior prisão a céu aberto.  Atualmente é o maior cemitério a céu aberto, um cemitério para dezenas de milhares de pessoas e também um cemitério para muitos dos mais importantes princípios do direito humanitário”, frisou o alto representante da União Europeia para a política Externa, enfatizando a pressão internacional para que alguma coisa mude.

“Vemos o líder do partido democrático pedir eleições em Israel para substituir o governo, e vimos o Chanceler Scholz dizer que os europeus não podem ficar sentados a ver o povo palestiniano passar fome, quando do lado egípcio da fronteira, há alimentos para meses, acumulados em stocks, enquanto do  lado de gaza há pessoas a morrer de fome”, lamentou, considerando que “isto é algo que exige alguma reação, não apenas manifestar preocupação, mas tomar decisões”.

Sobre a proposta para que haja uma análise a propósito do acordo de associação com Israel, Josep Borrell afirma que vai propor a realização de “um debate de orientação política”. Admitindo que possa haver uma influência sobre a forma de proceder, Borrell ressalva que “não se trata de uma suspensão total do acordo”.

“Vou pedir aos ministros que debatam o assunto. Este é um debate de orientação política e, de acordo com o resultado, procederemos de uma forma ou de outra. Não estamos a falar de uma suspensão total do acordo de associação. Isso seria algo que a Comissão deveria propor. Estamos a falar da dimensão política baseada no respeito pelo direito humanitário e pelos princípios humanitários”, afirmou.