Legislativas 2024
13 março 2024 às 00h18
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Moedas garante: AD “não governa com o Chega”

O presidente da Câmara de Lisboa citou o líder do PSD, Luís Montenegro, e reforçou que a coligação do PSD com CDS e PPM não vai formar um Executivo com o partido de André Ventura, contrariando a predisposição evidenciada pelo líder do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, realçou esta terça-feira a mensagem do líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, garantindo que a coligação entre PSD, CDS e PPM, que, até agora, reúne o maio número de mandatos para a Assembleia da República, não “governa com o Chega”.

“Eu penso que o líder da AD foi claro, assim como eu, como presidente da câmara fui claro: não governo com o Chega e a AD não governa com o Chega”, disse ontem Carlos Moedas depois da inauguração do funicular da Graça, que liga este bairro à Mouraria.

O autarca respondia aos jornalistas sobre as declarações do presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, em entrevista à Antena 1, que, na qualidade de um dos três líderes partidários que integram a AD, admitiu que não via ”mal nenhum” em haver um entendimento governativo com o Chega, contradizendo o que Luís Montenegro afirmou durante a campanha eleitoral.

Gonçalo da Câmara Pereira chegou a reconhecer que Montenegro, sobre a possibilidade do Chega fazer parte de um Executivo da AD, disse várias vezes durante a campanha eleitoral que “não é não”. No entanto, para o líder do PPM, em política é possível dar “um passo atrás”.

O presidente do PPM protagonizou um recolhimento durante toda a campanha, não tendo sequer aparecido durante a cerimónia de apresentação do programa eleitoral da coligação. O silêncio de Gonçalo da Câmara Pereira foi ontem quebrado, levando Carlos Moedas a reagir, mas com alguma parcimónia, preferindo destacar o “momento único” que foi o resultado eleitoral de domingo, com uma vitória muito renhida da AD, que, segundo o autarca de Lisboa, pode significar uma “mudança de ciclo para o país”.

Carlos Moedas reforçou ainda que os portugueses “não querem andar de eleição em eleição”, preferindo “um governo estável, com o projeto claro da AD que ganhou as eleições”, ignorando que o resultado da votação dos emigrantes só será conhecido no dia 20 de março, o que pode mudar o balanço dos deputados entre o PS e a AD.

O PS garantiu, para já, 77 mandatos e a AD 79, mas os quatro deputados que serão eleitos pelos círculos da Europa e Fora da Europa podem trazer surpresas, até mesmo com o aumento de votos no Chega.

“É ele [Luís Montenegro] que vai ser o primeiro-ministro. É da responsabilidade do PS, do Chega e dos outros partidos” darem-lhe o seu apoio, acrescentando que a AD, através do seu programa, garante a “clareza de uma mudança de ciclo”.