Guerra Israel-Hamas
02 abril 2024 às 00h03
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Centenas de judeus ultraortodoxos protestam contra o alistamento militar

Decisão judicial ordenou ao Ministério da Defesa que iniciasse o processo de recrutamento de homens haredi e congelou a muitos o subsídio público que estes estudantes recebem, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter pedido uma prorrogação de 30 dias, rejeitada pelo Ministério Público.

Centenas de judeus ultraortodoxos do grupo extremista Jerusalem Faction bloquearam esta segunda-feira temporariamente uma autoestrada perto da cidade de Bnei Brak, nos arredores de Tel Aviv, em protesto contra o seu alistamento militar.

A manifestação decorreu no dia em que terminou o prazo previsto numa decisão do Supremo Tribunal israelita que permite a isenção militar dos judeus ultraortodoxos, renovada anualmente se estudarem a tempo inteiro em seminários religiosos, os chamados yeshivas.

Todos os outros jovens israelitas são obrigados a cumprir três anos de serviço militar obrigatório, dois anos no caso das mulheres, quando atingem a maioridade, e arriscam-se a meses de prisão se recusarem.

A decisão judicial ordenou ao Ministério da Defesa que iniciasse o processo de recrutamento de homens haredi a partir de hoje e congelou a muitos o subsídio público que estes estudantes recebem, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter pedido, na quinta-feira, uma prorrogação de 30 dias, rejeitada pelo Ministério Público.

Segundo um fotógrafo da agência EFE, os manifestantes tinham cartazes com mensagens como "morreremos em vez de sermos recrutados", enquanto um porta-voz da polícia confirmou a detenção de cinco dos manifestantes "por agressão a agentes e perturbação da ordem pública".

Após a mobilização em massa de 287.000 reservistas para a guerra em Gaza, além de batalhões de soldados destacados na fronteira norte com o Líbano e na Cisjordânia ocupada, muitos israelitas apelam a Netanyahu para que todos os jovens de Israel cumpram o seu "dever militar".

O atual Governo de coligação depende do apoio vital dos partidos ultraortodoxos, Shas e United Torah Judaism, que se opõem ao recrutamento dos seus jovens e poderiam derrubar o executivo se fossem forçados a fazê-lo, enquanto membros do Likud, o partido de Netanyahu, e do partido de extrema-direita Religious Zionist pedem o fim da isenção.