António Costa fez esta quarta-feira um balanço dos oito anos em que esteve à frente do Governo, numa altura em que faltam poucos dias até à tomada de posse de Luís Montenegro como o novo primeiro-ministro, marcada para 2 de abril.
"Foram oito anos em que tivemos de enfrentar múltiplas crises e resolver essas múltilplas crises", começou por dizer António Costa, referindo-se, por exemplo, à crise financeira. "Oito anos volvidos, podemos dizer que, felizmente, temos um sistema financeiro estabilizado", disse.
"Mantivemos uma trajetória constante de melhoria das contas públicas", explicou Costa, indicando que se passou de uma "situação por défice excessivo, em 2015, para uma situação de saldo positivo, em 2023", apesar de, considerou, não ter sido um percurso fácil, salientou.
Costa referiu-se depois a outra crise que o país, e o mundo, atravessou, provocada pela covid-19. "Já conseguimos recuperar do impacto da pandemia nas nossas contas públicas e fechamos 2023 com um saldo positivo no orçamento".
O primeiro-ministro cessante falou também "da grande crise, dramática" que "teve a ver com os incêndios florestais, em 2027". Falou na resposta que foi dada depois, referindo-se às medidas de prevenção, no ãmbito do combate dos incêndios florestais, referindo a melhoria na redução da área ardida.
Disse, no entanto, que "bons resultados" não permitem baixar a guarda nesta matéria.
Voltou a falar da pandemia de covid-19, destacando que Portugal "é o primeiro país do mundo a atingir uma taxa de cobertura vacinal de 85%". Disse ainda que Portugal foi um dos países em todo o que melhor saiu desta crise, referindo o apoio do Estado às famílias.
Após a covid-19, falou na guerra na Ucrânia, em curso há mais de dois anos, que conduziu à "maior crise infacionista dos últimos 30 anos".
Referindo-se a uma "subida dramática da inflação", em que se chegou a uma taxa de inflação de "10,1% em outubro de 2022", Costa falou numa trajetória lenta para se chegar a um valor 2,1% em fevereiro passado.
Falou depois em "mudanças estruturais" nestes oito anos de governo socialista, entre as quais o crescimento económico. Desde 2016 “a realidade é bastante diferente”, com um crescimento em média de 2,1%. "Nestes oito anos, o país cresceu 10 vezes mais do que aquilo que tinha crescido nos 15 anos anteriores", destacou Costa.
Enumerou depois vários indicadores económicos positivos como emprego e salário mínimo, o que contribuiu para uma distribuição da riqueza e para um aumento do peso dos salários no PIB.
"No conjunto destes oito anos, a pensão média subiu 23,3%", realçou, além de referir a "melhoria de salários". Indicou ainda as reduções do IRS e as sucessivas medidas de apoio às famílias, como a gratuitidade dos manuais escolas, as alterações nos transportes e as creches gratuitas.
O foco passou depois para a educação, tendo realçado "uma diminuição muito significativa do abandono escolar precoce" e "mais recursos humanos mais qualificados". Disse que o número de jovens na universidade é agora de 54%.
O investimento empresarial também foi um dos destaques nas declarações de Costa.
“Todos os anos batemos recordes na atração de investimento direto estrangeiro, no investimento empresarial", que aumentou 85% entre 2015 e 2023. "Aqueles que achavam que para sermos competitivos tínhamos de estrangular salários, manifestamente estavam enganados”, concluiu, para dizer depois outro bom indicador das exportações.