A rivalidade Irão-Israel nasce com a Revolução Islâmica de 1979?
Sim, porque o regime do xá Reza Pahlavi, que Khomeini depôs com a Revolução Islamica de 1979, era pró-Israel e pró-Estados Unidos. A maioria da população iraniana na época não se revia nas políticas pro-ocidentais da dinastia Phalavi, muito alinhadas com os valores ocidentais e laicos, e demasiado afastadas dos princípios tradicionais islâmicos xiitas. A maioria da população também se sentia à margem das reformas económicas que só favoreciam as elites mais ligadas à monarquia. O afastamento de Israel, e dos valores ocidentais, intensificou-se com a Revolução Islâmica de 1979, continuando a ser muito popular ainda hoje, pelo menos para uma parte da população.
É importante a causa palestiniana para o regime dos ayatollas?
Sim, pela oposição a Israel. Em 1979 o Irão corta relações diplomáticas com Israel e deixa de o reconhecer como Estado.
Israel várias vezes atacou interesses iranianos na Síria. Mais para prevenir ameaças futuras ao seu território do que para prejudicar o governo de Bachar al-Assad, apoiado militarmente pelo Irão na guerra civil siria?
O regime de Assad só existe graças à intervenção do Irão e da Rússia, que ajudaram Bashar Al Assad a vencer a guerra. Os ataques de Israel contra alvos cirúrgicos na Síria são contra o regime do presidente Assad mas também contra aqueles que lhe dão apoio, como é o caso do Irão.
Israel é dado como potência nuclear e o Irão como ambicionando essa condição. Como pode tal afetar o conflito?
Quando duas potências que podem ter armas nucleares se antagonizam a cautela é a palavra de ordem, porque a utilização de armas nucleares por qualquer uma das partes tem consequências imprevisíveis!
Numa guerra aberta com o Irão, Israel terá sempre apoio incondicional americano?
Israel terá sempre o apoio incondicional dos Estados Unidos, assim como o atual regime do Irão o apoio incondicional da Rússia!