Luís Miguel Militão Guerreiro, condenado a 150 anos acumulados de prisão em 2001 pela execução de seis empresários portugueses num bar na Praia do Futuro, em Fortaleza, vai ser solto em 2027, quando se extingue a pena, de acordo com a justiça do Brasil. O “Monstro de Fortaleza”, como chegou a ser chamado na imprensa, teve, entretanto, direito na semana passada a uma “saída temporária” de sete dias.
“Desde o ano passado, ele está em regime semiaberto e um dos pontos de ressocialização que esse regime permite é a saída temporária, com tornozeleira eletrónica, por duas vezes ao ano, esta foi a primeira, ainda vai ter outra em 2024, e outras, antes da soltura definitiva, em 2027”, disse ao DN a advogada Ruth Leite, da Pastoral Carcerária, um braço da igreja católica que acompanha os detidos em prisões do Brasil.
A saída definitiva não tem data exata marcada podendo ser adiada devido a trâmites burocráticos ou antecipada tendo em conta os dias trabalhados por Militão, hoje com 53 anos (completa 54 a 19 de maio). “E ele trabalhou ininterruptamente na prisão como eletricista, bombeiro e soldador, o que contabilizará a seu favor”, continua Ruth Leite.
A advogada tem mantido contato com Militão, através das visitas à cadeia pela pastoral carcerária, com a mulher dele e com o filho de ambos, hoje “um homem, já, com mais de 20 anos”. “Ele é casado com ela desde antes do episódio que levou à sua prisão, ela estava grávida na ocasião e a mulher nunca deixou de o assistir, ela foi a salvação dele”.