Crise política na Madeira
30 janeiro 2024 às 14h11
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Alberto João Jardim defende eleições antecipadas na Madeira. PSD "não pode ter receio do voto popular"

Ex-presidente do Governo Regional da Madeira critica posição do CDS-PP/Madeira, parceiro de coligação do PSD, que pediu a exoneração imediata de Miguel Albuquerque. "Um beijo de Judas", classificou Alberto João Jardim.

"O PSD não pode dar qualquer imagem de ter receio do voto popular". Esta é a posição de Alberto João Jardim, que defende eleições antecipadas na Madeira, após o líder do executivo regional, Miguel Albuquerque, ter sido constituído arguido, no âmbito de uma investigação que visa suspeitas de corrupção.  

Por uma questão de coerência, o ex-presidente do Governo Regional da Madeira defende eleições no arquipélago, como o fez no caso de justiça, Operação Influencer, que envolveu o primeiro-ministro e que levou à dissolução do parlamento e à convocação de eleições legislativas antecipadas.

"Se eu defendi que tinha de haver eleições no caso de António Costa, defendo eleições agora", argumentou em declarações à RTP Madeira. 

“Estamos num fim de ciclo. Neste momento, termina o ciclo político daquele grupo chamado renovação”, afirmou, sobre a liderança de Albuquerque no executivo regional.   

Alberto João Jardim disse ainda que não acredita nas acusações feitas a Miguel Albuquerque, ainda líder do Governo Regional, Pedro Calado (PSD), que entretanto renunciou ao cargo de presidente da Câmara do Funchal, e aos dois empresários ligados ao setor da construção civil: o líder do grupo AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia. 

"Para mim, a amizade é sagrada. Não acredito em nada do que se passou a não ser que sejam esgotadas todas as hipóteses de recurso, inclusivamente para o Tribunal Europeu", declarou o antigo o ex-presidente do executivo regional.

Histórico social-democrata criticou a posição do CDS-PP/Madeira - parceiro de coligação do PSD no executivo regional -, que pediu a exoneração imediata de Miguel Albuquerque. "Não se fazia isto. Isto é um beijo de Judas", caracterizou Alberto João Jardim, considerando que o representante da República "está a conduzir as coisas muito bem".

Com quatro décadas à frente do Governo Regional, Alberto João Jardim disse ainda que não tem receio de ser investigado. "Podem vir à vontade, nunca tive receio nem problemas nenhuns”.