DIREITOS
18 abril 2024 às 11h51
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Mais de 200 imigrantes protestam na AIMA em Lisboa

A AIMA afirmou ao DN que não vai prestar declarações aos jornalistas sobre o ato, que reúne imigrantes que moram em diversas zonas do país.

Mais de 200 imigrantes estiveram nesta manhã em frente à sede da Agência para as Migrações, Integração e Asilo (AIMA) em Lisboa. Com papéis em mãos, foram em busca de respostas do órgão para o atraso no envio dos títulos de residência já renovados e também pela falta de vagas de agendamento para renovações. Outro motivo do protesto é a impossibilidade de reagrupamento familiar, restrito neste momento apenas aos cônjuges com filhos entre os 5 e 10 anos.

A manifestação foi organizada pelas redes sociais e aplicações de troca de mensagens. Pessoas que vivem em todas as zonas do país participaram, entre elas, os mesmos que protestaram há exatamente um mês no local. Diferente do que a AIMA disse ao DN ontem, os imigrantes afirmam que o problema não foi resolvido e mostraram o envio de novos e-mails que atestam o não recebimento dos documentos.  

Além deste casos, há novas histórias de estrangeiros prejudicados. Mudam os nomes e nacionalidades, mas, na generalidade, passam pelos mesmos constrangimentos. Os imigrantes estão impedidos de sair do país por não terem o documento renovado em mãos, apesar de já o terem solicitado e atenderem aos requisitos exigidos em lei. Há também situações de pessoas em vias de perder o emprego, porque as empresas não aceitam o facto de os trabalhadores não terem o documento válido. 

Há meses a AIMA reafirma que existe um decreto que prevê a validade dos títulos, mesmo caducados, até 30 de junho deste ano. No entanto, muitas empresas e universades não reconhecem o decreto e exigem o documento renovado. O jornal tenta há semanas uma resposta da AIMA sobre o motivo dos atrasos e da falta de agendamentos, mas nunca teve um retorno sobre as questões. 

Abhi Kumar Sharma, porta-voz do grupo, afirma que os imigrantes já não sabem mais a quem recorrer por causa da situação. Ele diz que ninguém consegue contacto com a AIMA. Em alguns dos casos o pedido de renovação foi realizado em setembro de 2023 e, até agora, não houve o envio do título válido.

Ninguém da AIMA foi ao local para conversar com os imigrantes. Ao DN, porta-voz afirmou que também não seriam prestadas declarações aos jornalistas que cobriam o protesto. O jornal também questionou a AIMA ontem sobre os contactos com o novo governo, que excluiu a pasta das migrações, mas não teve resposta.

Já o gabinete do ministro Leitão Amaro, responsável pela tutela, disse ao DN que “desde o início de funções deste Governo, o gabinete do Ministro da Presidência tem mantido contacto com o Presidente do Conselho Diretivo da AIMA". 

amanda.lima@globalmediagroup.pt