Contestação
18 abril 2024 às 10h22
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Forças de segurança marcam manifestação para 25 de abril em frente à AR e admitem boicotar rali de Portugal

Prometem boicotar a segurança do Rali de Portugal, de jogos de futebol e da Queima das Fitas do Porto caso não sejam encontradas soluções para as forças de segurança até ao dia 10 de maio.

A contestação das forças de segurança poderá voltar às ruas já este mês. Um movimento inorgânico de polícias e militares marcou uma manifestação para o dia 25 de abril, em frente à Assembleia da República, e fez um ultimato ao Governo, avança esta quinta-feira o Expresso. Dá até ao dia 10 de maio para que o Executivo liderado por Luís Montenegro encontre uma solução que vá ao encontro das reivindicações das forças de segurança. 

"Se até 10 de maio, dois meses após as eleições, não houver entendimento, os polícias não irão fazer gratificados a 11 e 12 [de maio], fim-de-semana em que decorre o Rali de Portugal", refere uma carta, a que o semanário teve acesso e que, segundo o jornal, está a ser distribuída por todos os elementos das forças de segurança.

Além de admitirem boicotar a segurança do Rali de Portugal, os protestos podem abranger jogos de futebol e a Queima das Fitas do Porto.

Segundo a mesma publicação, na carta são referidas as polémicas baixas médicas das forças de segurança, que, recorde-se, chegaram a dar origem a processos disciplinares internos. 

O movimento indicou que foram feitas “duas manifestações que ficaram na história, mas o que realmente mexeu e teve impacto foi a ausência de policiamento no futebol”, disse ao jornal um comissário da PSP, tendo defendido “mais músculo na luta, incluindo ausências aos jogos de futebol, ao patrulhamento do Rali de Portugal e à Queima das Fitas no Porto”. 

“O suplemento de missão dado à Polícia Judiciária tem de ser transversal a todas as forças de segurança”, referem as forças de segurança.

"O senhor primeiro-ministro, em campanha, afirmou que ia resolver rapidamente esta injustiça, mas após a reunião com a Ministra da Administração Interna é fácil concluir que o Governo nos quer enganar e ludibriar”, refere a carta do referido movimento inorgânico das forças de segurança.

O Ministério da Administração Interna vai voltar a reunir-se no dia 22 com as estruturas representativas da PSP e da GNR para negociar a exigência de um suplemento de missão, anunciou, na passada sexta-feira, o porta-voz da plataforma que congrega 11 sindicatos e associações das forças de segurança, após o primeiro encontro com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.