Eleições
26 abril 2024 às 12h52
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Indianos vão às urnas para segunda fase das eleições gerais

A segunda etapa da votação, que conta no total com sete etapas para facilitar a logística de eleição da nação mais populosa do mundo, acontece em regiões que registaram temperaturas acima de 40 graus Celsius esta semana.

A segunda fase das eleições gerais na Índia realiza-se esta sexta-feira e milhões de eleitores são esperados nas assembleias de voto, quando parte do país passa por uma onda de calor.

É esperado que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o seu partido (BJP, nacionalista hindu) vençam estas eleições, que se prolongarão por seis semanas.

Na semana passada, a participação na primeira fase da votação ficou em 66%, registando uma queda quase quatro pontos em comparação com as eleições de 2019. A imprensa indiana atribuiu essa descida no comparecimento dos eleitores às temperaturas acima da média no país.

Pouco antes da reabertura das assembleias de voto, Modi apelou esta sexta-feira aos eleitores que participassem no pleito, para que fossem atingidos "números recordes".

"A elevada participação eleitoral fortalece a nossa democracia. O seu voto é a sua voz!", afirmou Modi na rede social X.

A segunda etapa da votação, que conta no total com sete etapas para facilitar a logística de eleição da nação mais populosa do mundo, acontece em regiões que registaram temperaturas acima de 40 graus Celsius esta semana.

Os serviços meteorológicos indianos disseram, na quinta-feira, que são esperadas ondas de calor intensas ao longo do fim de semana em vários estados, incluindo o estado oriental de Bihar, onde os habitantes de cinco distritos votarão hoje.

Temperaturas acima da média sazonal, mais de 5,1 graus Celsius, foram registadas na zona esta semana,

O estado de Karnataka (sul) e partes de Uttar Pradesh (norte), o estado mais populoso da Índia e o coração da religião hindu, também deverão votar durante a onda de calor.

Modi, de 73 anos, ainda é muito popular depois de dois mandatos, durante os quais a Índia aumentou a sua influência diplomática e o seu peso económico. Os analistas políticos já lhe deram a vitória contra uma coligação de partidos da oposição.

No início desta semana, a Comissão Eleitoral da Índia disse que formou uma força-tarefa para examinar o impacto da onda de calor e da humidade antes de cada etapa da votação.

Segundo o jornal The Hindu, esta decisão foi tomada porque "as condições da onda de calor podem ter levado a uma queda na participação eleitoral".

Num comunicado de imprensa publicado na segunda-feira, a comissão indicou que "não tinha grandes preocupações" sobre as consequências das altas temperaturas na votação de hoje, garantindo ao mesmo tempo que estava a vigiar de perto os relatórios meteorológicos.

Uma onda de calor excecional afetou o sul e o sudeste asiático, especialmente Filipinas e Bangladesh, onde milhares de escolas suspenderam as aulas.

No estado indiano de Maharashtra, o calor provocou o desmaio do ministro das Estradas, Nitin Gadkari, na quarta-feira, enquanto pedia votos para o BJP num comício eleitoral.

Segundo investigações científicas, as ondas de calor são mais longas, mais frequentes e mais intensas devido ao aquecimento global.

O eleitorado do principal líder da oposição da Índia, Rahul Gandhi, do Partido do Congresso, vota hoje.

Gandhi, de 53 anos, luta para manter a sua cadeira no estado de Kerala, no sul do país, um reduto dos opositores do BJP.

"É dever de todo cidadão tornar-se um soldado da Constituição, sair de casa hoje e votar para proteger a democracia", escreveu Gandhi na rede social X.

No total, 968 milhões de indianos vão às urnas para eleger os 543 membros da Câmara Baixa, mais do que a população total dos Estados Unidos, da União Europeia e da Rússia juntas.

Os votos de todo o país serão contados em 04 de junho. Os resultados geralmente são anunciados no mesmo dia.