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24 abril 2024 às 19h54
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Macron elogia Capitães de Abril. "A Europa de hoje deve muito à sua coragem"

Presidente francês divulga vídeo a associar-se às celebrações da revolução de 1974 em Portugal. Na mensagem, Emmanuel Macron lembra que 'Grândola, Vila Morena' foi gravada em França, recorda o refúgio de Soares, Cunhal ou Emídio Guerreiro no seu país, e destaca "os laços seculares entre Portugal e França".

Em véspera das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, Emmanuel Macron decidiu associar-se "aos nossos amigos em Portugal, aos portugueses em França e a todos os nossos compatriotas de origem portuguesa" para assinalar a data. Num vídeo divulgado nas suas redes sociais, o presidente francês sublinha o papel da revolução portuguesa - "tão importante para a democracia na Europa." Com especial destaque para os Capitães de Abril que "manifestaram a esperança de um povo inteiro na paz e na democracia. Nem trinta anos tinham e já eram heróis. A Europa de hoje deve muito à sua coragem."

Na mensagem, Macron não esquece o papel que França teve durante o Estado Novo como terra de acolhimento para "centenas de milhares de portuguesas e portugueses nos anos 50 e 60, desterrados pela pobreza, pela violação sistemática dos seus direitos, pela repressão política arbitrária e cruel, e por recusarem-se em participar neste sistema e nestas guerras injustas."

E recorda como a própria Grândola, Vila Morena, a canção que serviu de senha para a revolução, foi gravada por Zeca Afonso em França, em 1971, no Château d'Hérouville, uma vez que este se encontrava exilado em França. Mas não era o único. "Penso em Mário Soares, Álvaro Cunhal e Emídio Guerreiro, que viajaram para Lisboa e o Porto nos dias que se seguiram à revolução, vindos de França, onde se tinham refugiado", garante Macron.

Do passado para a atualidade, o presidente francês lembra como a amizade entre França e Portugal é concretizada "pelos milhões de homens e mulheres cujas famílias vivem entre Portugal e França." E que "juntos, preparamos o futuro da nossa União Europeia. Lado a lado, estamos e estaremos presentes para defender as causas que determinarão o futuro do mundo." 

Uma amizade franco-portuguesa que se concretiza na mesma "visão de um mundo livre, democrático e justo."

E remata: "Devemo-lo à memória dos Capitães de Abril e ao povo português que, há cinquenta anos, se levantou contra a injustiça e a pobreza e conquistou a admiração da França, da Europa e do mundo com um cravo vermelho na mão. 25 de abril, sempre! Viva Portugal! Obrigado a Portugal!"