Moscovo
03 abril 2024 às 14h55
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Rússia desmente que EUA tenham advertido sobre possível ataque terrorista

Até ao momento, já foram detidas 15 pessoas relacionadas com o atentado, quatro pela sua participação direta no tiroteio e explosões que ocorreram na sala de concertos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo desmentiu esta quarta-feira as informações avançadas pelo jornal The Washington Post de que os Estados Unidos tinham advertido a Rússia sobre possíveis atentados terroristas na sala de concertos Crocus City Hall, em Moscovo.

Em conferência de imprensa, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, assinalou que Moscovo está habituado a declarações de Washington "que de seguida são desmentidas pelos próprios".

"Gostaria de pedir que nos apresentem factos concretos sobre esse assunto", respondeu a porta-voz a um jornalista que a questionou sobre o artigo publicado pelo The Washington Post, que citava fontes anónimas da administração dos Estados Unidos da América (EUA).

Zakharova insistiu que a parte norte-americana deve revelar "quando e a quem transmitiram a informação" sobre os planos dos terroristas de efetuar um atentado na sala de concertos russa, que em 22 de março passado provocou pelo menos 144 mortos e mais de 500 feridos.

O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Nikolai Patrushev, insistiu hoje em culpar a Ucrânia e os EUA de envolvimento no ataque a uma das principais salas de concerto russas, onde no passado atuaram nomes como Plácido Domingo, Jennifer López ou Elton John.

O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, disse desconhecer se os EUA avisaram a Rússia sobre um possível ataque no Crocus City Hall, por se tratar de uma informação "partilhada diretamente entre os serviços especiais [de segurança]".

Até ao momento, já foram detidas 15 pessoas relacionadas com o atentado, quatro pela sua participação direta no tiroteio e explosões que ocorreram na sala de concertos.

Os 'media' independentes criticaram o Kremlin por concentrar os esforços na repressão da dissidência interna e das vozes críticas que se opõem à guerra na Ucrânia, esquecendo a verdadeira ameaça de grupos terroristas e o seu impacto na segurança do Estado.

O ataque foi reivindicado pela organização 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

Moscovo já admitiu que o atentado foi feito por um grupo de islamitas de origem tajique, mas tem insistido na referência a uma pista ucraniana, rejeitada por Kiev.

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