A França pediu ajuda a cerca de 50 países (Portugal incluído). E as autoridades vão recorrer a mecanismos de Inteligência Artificial e utilizar câmaras geridas por algoritmos, embora garantam que nenhum dos programas permitirá o reconhecimento facial, prática já testada em França e que gerou polémica. No caso das câmaras geridas por algoritmos, o Parlamento francês aprovou em abril de 2023 uma lei que regulamenta a utilização durante os Jogos Olímpicos.
Em março, depois de a França ter elevado para o máximo o nível de alerta terrorista após o atentado em Moscovo, Gérald Darmanin, ministro do Interior, tentou passar uma mensagem de tranquilidade, garantindo que o país tem “um Sistema de Inteligência extremamente eficaz”.
Portugal vai enviar “uma centena de forças da ordem”, disse à Lusa Hélène Farnaud-Defromont, a embaixadora de França em Portugal. “Temos previsto um dispositivo de segurança muito robusto. No geral, no conjunto dos Jogos, cada dia serão mobilizadas em França 30 000 forças da ordem - polícias e gendarmes -, mais 17 000 de pessoal de segurança privada, contratados durante os Jogos. E apelámos a reforços internacionais. Quero agradecer a Portugal e às autoridades policiais portuguesas que nos vão enviar reforços”, declarou a embaixadora. No total serão 54 militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) e 53 agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP).
A embaixadora francesa assumiu ainda que a Cerimónia de Abertura é “um enorme desafio em termos organizacionais e de segurança”, mas que “vai permitir que muitos mais espetadores assistam à abertura dos Jogos Olímpicos”.
Hélène Farnaud-Defromont elogiou também o “enorme reforço previsto para os transportes públicos”, afastando preocupações quanto à escassez e frequência. A embaixadora abordou o elevado preço dos bilhetes dos transportes públicos, que em alguns casos vai duplicar durante o verão, notando que “é uma decisão das autoridades competentes”, nomeadamente as locais.
“Esperamos 16 milhões de participantes no conjunto dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e quatro mil milhões de telespetadores. Sabemos que os JO são muito seguidos no mundo todo. Teremos 15 000 atletas, 26 000 jornalistas e media acreditados para cobrir os Jogos. Creio que haverá 878 provas. Estes são verdadeiramente uns Jogos para todos, uns Jogos muito abertos”, avançou.
A diplomata elencou outras recomendações feitas pelo Governo francês aos parisienses, nomeadamente “irem de férias durante os Jogos ou trabalharem em horários desfasados, por forma a evitarem os momentos em que haverá muito movimento”, designadamente na Cerimónia de Abertura.
“Paris está determinada a realizar os Jogos Olímpicos de 2024 de maneira nunca antes tentada. Queremos tirar os Jogos dos estádios e trazer o desporto para o coração de Paris, mais perto dos fãs”, prometeu Estanguet numa apresentação feita em 2022, apostado em realizar um gigantesco e espetacular Estádio Olímpico a céu aberto durante 16 dias, um evento com muito glamour e várias provas a decorrerem em espaços históricos da cidade, casos da competição equestre no Palácio de Versalhes ou da pista de ciclismo nos Campos Elísios.