Portugal há 50 anos no DN
24 abril 2024 às 00h28
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Ameaça terrorista na ferrovia francesa

Os passageiros que se encontravam na gare do Leste, em Paris, foram surpreendidos pela presença de investigadores atómicos. Havia a suspeita de que produtos radioativos tinham sido espalhados em dois comboios provenientes de Viena, a capital da Áustria.

Na manhã do dia anterior, há 50 anos, todos os passageiros que se encontravam na gare do Leste, em Paris, apanharam um valente susto. Não era para menos. Havia uma ameaça terrorista que pairava sobre os comboios internacionais provenientes da Áustria. A escalada do terrorismo: Intensas investigações da polícia austríaca para descobrir os autores dos ‘atentados atómicos’, titulava o DN.

“’Alerta atómico na gare do Leste em Paris...’ Esta frase, contrariamente ao que possa parecer, não foi tirada de qualquer filme de ficção científica, mas proferida por um dos responsáveis do Comissariado de Energia Atómica de França”, podia ler-se.

“O dispositivo previsto foi montado. Eram oito horas da manhã e numerosos passageiros aguardavam a hora de partida dos seus comboios. (...) Viram chegar um grupo de homens com aparência entre o marciano de folclore livresco e os homens-rãs, manejando estranhos aparelhos com misteriosos mostradores”. 


O perigo viria da Áutria. “Especialistas da radioactividade, estes homens delimitaram imediatamente uma zona interdita, que abrangia duas plataformas destinadas ao tráfego internacional. Era aí que deveria chegar o Simplon-Orient Express, proveniente de Viena de Áustria. (...) As autoridades francesas tinham sido avisadas pelos Serviços de Segurança Austríacos que produtos radioactivos tinham sido espalhados em dois comboios partidos de Viena”. 


Ainda em França, continuava a aguerrida campanha eleitoral para a presidência da república. Guerra sem quartel entre os dois candidatos principais da coligação governamental, titulava o jornal. A filha de Giscard D’Estaing juntava-se à campanha e deixava-se fotografar com uma camisola da campanha eleitoral, que tinha escrito: “Giscard à barra”, entenda-se, ao leme da nação gaulesa. 


No Médio Oriente nova escalada da tensão entre Israel e a Síria. Mísseis soviéticos de ogivas múltiplas contra a aviação israelita no monte Hermon, lia-se, em título.  Ao mesmo tempo, preparava-se uma visita do secretário de estado norte-americano, Henry Kissinger, àquela região.


Em Portugal, Marcello Caetano reuniu o conselho de ministros para debater a conjuntura económica do país e fez aprovar o diploma de reorganização da previdência da classe médica.