Eleições no FC Porto
26 abril 2024 às 08h25
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Álvaro Magalhães: “Presidente está agarrado ao poder e irá receber lição”

Escritor considera Pinto da Costa um entrave à modernidade e acha que devia ter abandonado o clube há muito tempo. Eleições no FC Porto marcadas para sábado, dia 27.

O escritor Álvaro Magalhães considera que está na hora de uma mudança profunda no FC Porto, com  André Villas-Boas a surgir como a solução ideal para assumir o lugar de Pinto da Costa, o qual, na sua opinião, “há muito devia ter abandonado o clube”.

“Estas são as eleições mais importantes na história do FC Porto, juntamente com as de 1982, quando Pinto da Costa chegou ao poder e acabou com uma era de estagnação e, até, de algum conformismo provinciano que existia no clube”, defendeu, acrescentando: “Curiosamente, 42 anos depois, é o próprio Pinto da Costa que se constitui como um entrave à modernidade e, provavelmente, vai deixar o clube de uma maneira que, certamente, não desejaria.”

O também  candidato ao Conselho Superior do FC Porto na lista de AVB, sublinha que “a contestação a Pinto da Costa não é de agora, bastando recordar que nas eleições de há quatro anos, 30% dos sócios escolheram dois candidatos sem expressão, como voto de protesto, pois sabiam que não iriam nunca ganhar”.

Álvaro Magalhães prosseguiu nas críticas ao atual líder dos dragões. “O que diria esse Pinto da Costa de 1982, idealista e cheio de vontade de mudar o estado das coisas, do atual, que está agarrado ao poder e que se eternizou do poder? Há muitos anos que o atual líder devia ter abandonado o clube e irá receber uma lição nestas eleições”, atira.

O escritor e cronista de 72 anos defende que Pinto da Costa “tem gerido o FC Porto de costas voltadas para os associados, enquanto Villas-Boas predispõe-se a devolver o clube aos associados e certamente não irá tratá-los como meros consumidores ou clientes, como sucede atualmente”. E antevê que o jovem candidato “vai trazer a transparência que tem faltado, dando explicações aos associados, nomeadamente sobre as comissões pagas em transferências”, não duvidando ainda de que a gestão desportiva vai melhorar.

Álvaro Magalhães desmistifica ainda uma ideia que tem sido muito difundida. “A questão dos sócios do FC Porto estarem divididos é uma falácia. Na verdade, trata-se de uma prova de democracia e de vitalidade, contra o unanimismo que estava instalado. Nas eleições legislativas ou nas autárquicas há diferentes opiniões e não se diz que o país está dividido…”, destacou.

Apesar de antever uma mudança radical  no clube, com a vitória de Villas-Boas a quebrar o “reinado” de 42 anos de Pinto da Costa, o escritor não espera uma transfiguração da equipa de futebol na época em curso e, desde logo, no desafio com o Sporting, marcado para domingo, dia seguinte ao sufrágio. 

“Isso seria uma enorme metamorfose, numa época da equipa de futebol que tem sido miserável. Penso que, dentro de campo, os efeitos desta mudança ocorrerão essencialmente na próxima temporada, mas espero que a época termine com uma vitória na final da Taça de Portugal, servindo para minimizar uma época muito pouco conseguida”, referiu, terminando com o desejo de que o próximo sábado “seja um dia de grande portismo, com mais de 30 mil sócios a votarem.

dnot@dn.pt