Peter Madsen, o dinamarquês proprietário do submarino UC3 Nautilus, declarou em tribunal que a jornalista sueca Kim Wall morreu após ter sido atingida de forma acidental por uma tampa de escotilha.
Madsen, que nega ser o responsável pela morte da jornalista, explicou que, com o submarino ainda na superfície, atravessou a escotilha e segurou a tampa para que Kim Wall o seguisse. Naquele momento, o submarino foi abalado por uma onda de outro barco, o que fez com que Madsen perdesse o equilíbrio e largasse a tampa da escotilha, derrubando a jornalista.
O dinamarquês explicou que o impacto fraturou o crânio da jornalista, matando-a. Madsen confessou ainda que enterrou o corpo da jornalista no mar mas negou ter sido o responsável pela mutilação: "Eu não tive contacto com o corpo e não queria um cadáver no meu submarino. Coloquei uma corda nos seus pés para a arrastar para fora da escotilha. Enterrei-a no mar, colocando metal no corpo para que afundasse", disse.
Madsen adiantou ainda que pensou em cometer suicídio enquanto estava a bordo do submarino, pois "estava numa condição em que não poderia continuar a viver a vida que vivia", disse. O dinamarquês explicou que mudou de ideias porque queria ver a mulher e os três gatos.
Peter Madsen é acusado de assassinar e mutilar o corpo da jornalista, cujo torso sem cabeça nem membros foi encontrado a 23 de agosto, junto à água em Copenhaga.
De acordo com a BBC, a polícia dinamarquesa acredita que Madsen, engenheiro aeroespacial e construtor de submarinos, afundou deliberadamente o UC3 Nautilus - um submarino de quase 18 metros de largura e 40 toneladas - após o início das buscas pela jornalista Kim Wall.
Wall foi vista pela última vez a 10 de agosto, depois de ter subido a bordo do submarino para entrevistar Peter Madsen, o inventor e construtor da embarcação.